Livro: "A CIÊNCIA, O AUTORITARISMO CIENTÍFICO E O ATIVISMO JUDICIAL BRASILEIRO:: considerações sobre os reflexos da crise sanitária decorrente do Covid-19 na saúde, … instituições democráticas (Direito Livro 1)"

Esse livro tem como objetivo, a partir da metodologia do contextualismo linguístico proposta por John Pocock, analisar alguns discursos produzidos por autoridades científicas e políticas em relação ao enfrentamento da pandemia do Covid-19. A hipótese do estudo é que essas autoridades proferiram discursos políticos legitimando-os pela linguagem cientificista com o apoio de parte do estamento burocrático e de órgãos de imprensa de grande circulação. Significa dizer que grande parte da crítica feita a determinados medicamentos de baixo custo e amplamente conhecidos da comunidade médica para o enfretamento da crise sanitária, assim como a imposição de modelos de quarentena rígidos em larga escala por essas autoridades, escondiam interesses políticos e econômicos sob a virtuosa narrativa (ou pretexto) de salvar vidas. Em relação aos medicamentos, demonstra-se que, ao descartar a hidroxicloroquina como uma possibilidade em favorecimento de outra opção com o mesmo propósito, quando não havia nenhuma comprovação científica definitiva sobre a eficácia de quaisquer medicamentos, um laboratório privado, com amplas conexões financeiras com alguns pesquisadores, tem lucrado economicamente com esse discurso. Em relação ao isolamento social, no caso brasileiro, os discursos ditos científicos têm sido altaneiramente utilizados para a instabilidade da ordem constitucional e do equilíbrio de autoridade entre os poderes da República, em franco descompasso com o sistema presidencialista do país. Em suma, esse estudo pretende descrever e analisar fatos que podem caracterizar a captura política e econômica do discurso científico.Palavras-chave: Cientificismo, Covid-19, Hidroxicloroquina, Isolamento social.