Livro: "Acessibilidade em websites de comércio eletrônico: na perspectiva dos usuários cegos"

Neste livro, os autores vão além da análise sobre a transparência e acessibilidade das informações governamentais no que diz respeito à acessibilidade de usuários cegos em websites. Eles voltam-se para um assunto que deveria ser preocupação de todos aqueles que buscam lucro: o comércio eletrônico, ou e-commerce. Interessante verificar como um país capitalista como o Brasil ainda não se sensibilizou para a questão da acessibilidade dos sites de comércio eletrônico. Como aqueles que visam o lucro acima de tudo ainda não perceberam uma fatia de mercado a ser explorada ao se dar autonomia de uso dos serviços de comércio eletrônico a toda a população, inclusive aos deficientes físicos (cegos, surdos ou deficientes motores)? Mas não é a resposta a essa questão que importa. O fundamental não é o lucro dos empresários. O imprescindível é garantir o direito do cidadão, de acesso a informação, de autonomia de uso de bens e serviços. E é com essa preocupação que os autores desenvolvem seu texto.Numa revisão de literatura primorosa, os autores apresentam o conceito de acessibilidade em websites, as legislações nacional e internacional sobre a questão, as diretrizes e processos de avaliação de acessibilidade, e o conceito de comércio eletrônico. Através de um estudo múltiplo de casos, investigam a acessibilidade de três websites de comércio eletrônico brasileiros, escolhidos como referência por serem os melhores colocados na modalidade B2C (business to consumer – em que empresas comercializam seus produtos diretamente com o consumidor final) num ranking que avaliou os websites de comércio eletrônico com o maior número de visitantes únicos no Brasil em 2013. Os resultados demonstraram que os websites apresentam barreiras de acessibilidade que dificultaram a navegação de usuários cegos nas páginas analisadas, levando à conclusão não só de que são necessárias alterações na estrutura das páginas testadas com o objetivo de corrigir as barreiras relatadas, mas principalmente de que empresas de e-commerce devem compreender as diferenças entre a navegação dos usuários cegos e videntes, com a finalidade de proporcionar ambientes informacionais digitais inclusivos e acessíveis.