SINOPSE:
O tema da obra, “alma brasileira”, é considerado como uma categoria ao mesmo tempo sociológica, sócio-psicológica, histórica, geo-política e esotérica. Seria esta a cultura – polimorfa ‒ do povo brasileiro, ou então, a mentalidade coletiva do povo brasileiro. Entende o autor que “alma brasileira” seja uma entidade em si, como uma grande rede psíquica coletiva que abarca a história passada do povo brasileiro, as diversas culturas indígenas já extintas ou ainda vivas, as etnias africanas que para cá vieram, a herança lusitana e a herança dos imigrantes. Seria um junguiano “inconsciente coletivo” gerador de mitos, de lendas, do folclore em geral. Seria a fonte das estruturas psíquicas, que no pensamento de Lévi-Strauss, determinam que os seres humanos elaborem aqui e alhures as mesmas imagens e figurações míticas. Que não fiquem chocados os acadêmicos, pois o autor navega sem quaisquer reservas por disciplinas as mais racionais, assim como navega por mares insólitos do ocultismo, considerando, por exemplo, tão verossímeis as datações por rádio-carbono de fósseis, quanto os relatos míticos dos Puranas hindus a respeito de guerras pré-diluvianas ou as lendas a respeito do continente perdido de Atlântida. Na obra, encontramos as origens da terra brasileira nos antigos movimentos tectônicos da Gondwana dos geólogos. E, da mesma forma, encontramos as origens da terra brasileira nas misteriosas paragens do continente de Lemúria, que então ligava num todo único, a América do Sul, a África, a Antártida, a Austrália e a Índia. Fala-se de deuses e de demônios antigos, de homens simiescos que descendem do humano mais antigo e das ligações entre os indígenas e seus misteriosos espíritos ancestrais. Fala-se da sabedoria dos xamãs indígenas, que jaz em nosso inconsciente coletivo. Da mesma forma, fala-se da sabedoria do feiticeiro africano e da contribuição da África para a formação do povo brasileiro, a partir também do parentesco antigo entre o continente africano e o sul-americano – terras irmãs, separadas pelo Oceano Atlântico, que são assim religadas pela história do nosso povo. Também se aborda o lusitano, que aqui chega trazendo sua língua e sua cultura – que então se sobrepõem à cultura cabocla do nhengatu. Narra-se como perdemos a nossa língua cabocla e então fomos obrigados a falar o português – empreitada da coroa lusitana tão bem realizada que nos esquecemos que falávamos outra língua há menos de 250 anos. Discorre de relações espirituais entre povos aparentemente distantes, como o brasileiro e o povo indiano, das possibilidades espirituais e também das mazelas cármicas que o povo brasileiro carrega, em função do genocídio indígena e do etnocídio africano em nossas terras. Aponta luzes no final, considerando que o povo brasileiro, esotericamente, ainda é uma criança em processo de desenvolvimento.
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