Livro: "As Bem-Aventuranças"

Arthur Walkington Pink foi um evangelista cristão inglês e estudioso da Bíblia que era conhecido por seus ensinos firmemente calvinistas e puritanos em uma era dominada por tradições teológicas opostas. Pink foi um dos autores evangélicos mais influentes da segunda metade do século XX.
“A opinião tem sido muito dividida em relação ao desenho, escopo e aplicação do Sermão da Montanha. A maioria dos comentaristas viu nele uma exposição da ética cristã. Homens como o falecido conde Tolstoi consideraram-no como o estabelecimento de uma “regra de ouro” para que todos os homens vivam. Outros têm se demorado em suas orientações dispensacionais, insistindo que não pertence aos santos da presente dispensação, mas aos crentes dentro de um milênio futuro. Duas declarações inspiradas, no entanto, revelam seu verdadeiro escopo. Mateus 5:1, 2, aprendemos que Cristo estava aqui ensinando Seus discípulos. De Mateus 7:28, 29, é claro que Ele também estava se dirigindo a uma grande multidão de pessoas. Assim, é evidente que este endereço de nosso Senhor contém instruções para crentes e não crentes. É preciso ter em mente que este sermão foi a primeira declaração de Cristo ao público em geral, que havia sido criado em um judaísmo defeituoso. Foi possivelmente Seu primeiro discurso aos discípulos também. Ora, Seu objetivo não era apenas ensinar a ética cristã, mas expor os erros do farisaísmo e despertar a consciência de Seus ouvintes legalistas. Em Mateus 5:20 Ele disse: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de maneira nenhuma entrareis no Reino dos céus.” Então, no final do capítulo, Ele expôs a espiritualidade da Lei de modo a despertar Seus ouvintes para ver a necessidade deles de Sua própria justiça perfeita. Era sua ignorância da espiritualidade da Lei a fonte real do farisaísmo, pois seus líderes afirmavam cumprir a Lei na letra externa. Foi, portanto, o bom propósito de nosso Senhor despertar suas consciências, aplicando a verdadeira importância e exigência interna da Lei. “