Livro: "BIOERA: A REDE VIVA DE CONEXÕES"

O livro BIOERA trata de alguns aspectos da percepção sobre a vida, sobre seus fluxos, impulsos e sua expressão diante de movimentos históricos e sociais que tentam conformar sua plenitude em redutos privados e em agendamentos de poder.Nós o escrevemos porque podemos e porque estamos vivenciando o paradoxo desse tempo, em que o poder se reconfigura em sua forma mais bizarra, o empoderamento, que é a ilusão de sua democratização. Tempos em que aqueles que não usufruíam do poder agora podem se esbaldar em coisificar seus semelhantes pautados por novas e insidiosas legislações.Em grande medida, o livro sugere os vários caminhos do abandono do poder como regra da vida e o abraço da reumanização.Há uma paradoxal nomenclatura a disposição que também é confusa e caótica, daí uma necessária postura crítica para desvendar esses redutos onde a linguagem impede nossa ingerência. Para isso não é adequado ler esse livro com o esforço de compreender, mas recomenda-se uma leitura fluídica, sem preocupações de entendimento. Ler para sentir traduz um caminho também, pois compreendemos de muitas formas alem da mente, como usualmente acreditamos.Compreendemos que muito do que está aqui escrito contradiz o princípio da vida e sua comunicação extravasada, o sentimento que é sua forma plena e dinâmica e que como ideia e como pensamento não condiz com esse fluxo, mas também precisamos dessa redução para expressar essas outras possibilidades.O sofrimento como arcabouço desse tempo é o verniz sutil da luta contra a vida e por vezes não nos atentamos para sua historicidade e para seus danos limitantes em nossas vidas. Daí a necessidade de enfrentarmos com suavidade seus arautos, produtores e reprodutores de todas as patologias sociais que mascaram, nesse tempo, os determinismos da ordem e do poder.Acreditamos que esse não é um livro de autoajuda, mas é sim um livro que pode propiciar um caminho de autoconhecimento. A epistemologia que o move é do distanciamento das verdades consagradas e estabelecidas. Assim como suas teorias, sempre irônicas, sempre prosaicas e que são projetadas por hipóteses, exclusivamente. Sua metodologia é fragmentária por vocação e por decisão política. Pois é um livro que pretende interferir na nossa comunidade mais próxima e se o movimento caótico permitir, em outras tantas. Mas nossa ambição, nesse momento, é apenas dar sonoridades e cores aos impulsos da vida. Nesse sentido, é um livro percorrido com a intuição.Nos abrimos para a vida, em plenitude, para a vida simples, para a vida boa, como uma forma de experimentarmos o singelo prazer de viver. E foi assim que ele foi tramado. Sem nenhuma ambição propedêutica. É um serviço, tão marcado pelo servir e pelo partilhar com nossos semelhantes nossos delírios de paz.Por vezes recorremos a situações do presente para interferir com interpretações inusitadas e febris. Outras tantas percorremos voluntariamente as vertentes da história para o resgate de experimentos com os quais podemos medir nossas hipóteses. Mas existe sempre uma tentativa de promover em paralaxe uma torção da percepção para vislumbrarmos outras possibilidades de viver num tempo de uniformidade e conformismo.Confessamos nosso enorme prazer em escrevê-lo e agora em poder compartilhar e esperamos sinceramente que com sua função de homeostase ele também possa diminuir os impactos negativos que esse tempo nos convida.