Livro: "Ciência Intuitiva e Suprema Liberdade na Ética de Spinoza"

SINOPSE:

Este livro propõe tratar fundamentalmente do problema da suprema liberdade ou da beatitude na Ética spinozana, problema o qual tem a sua solução explicitada no terceiro capítulo. Tal solução é dada por meio da mediação do terceiro gênero de conhecimento ou ciência intuitiva e daquilo que dela se segue em última instância, mais precisamente: o amor intelectual da mente intuitiva para com os atributos pensamento e extensão de Deus. Mas, antes disso, a solução da questão da liberdade suprema ou da beatitude não é dada sem as exposições anteriores sobre: [a.] a consistência da ontologia spinozana a partir da articulação entre os conceitos de substância, atributos e modos [infinitos imediatos, infinitos mediatos e finitos] – capítulo 1 –; [b.] a força da razão contra a servidão – capítulo 2 –. Isso é necessário por dois importantes motivos: [1.] não é possível elucidar o problema da beatitude ou da liberdade suprema em Spinoza sem a pressuposição dos elementos conceituais [substância, atributos, modos] que estão envolvidos nas operações internas da ontologia spinozana. De fato, não é cabível, para Spinoza, anunciar uma ética da liberdade suprema sem a explicitação antecipada daquilo que a envolve como um a priori: o mecanismo interno de um determinado sistema ontológico, o qual é mediado pelas noções de substância, atributos e modos. Esse é justamente o objeto principal do primeiro capítulo da obra; [2.] ademais, para elucidar a liberdade suprema na Ética spinozana é também preciso anunciar o que a força da razão humana pode contra a servidão. Em Spinoza não é permitida [como o próprio itinerário da EIII à EV anuncia] a passagem definitiva à liberdade suprema ou à beatitude sem a mediação de um método racional que prescreva o seguinte ao homem: o combate frontal à imaginação humana e à servidão que dela se explicita. Esse é o objeto fundamental do segundo capítulo. Com efeito, a conquista da liberdade suprema [3º capítulo] só é exposta por meio de uma via indireta [capítulo 2º], a qual demonstra como o homem deve lutar racionalmente contra a imaginação e a servitude em que geralmente se encontra mediante a exterioridade. É desse modo então que as exposições a respeito da ontologia spinozana e da ordem de suas operações [capítulo 1º] e da força da razão sobre a servidão [capítulo 2º] são realmente imprescindíveis para a consequente resposta ao problema da liberdade suprema ou da beatitude [capítulo 3º]. Para tanto, a metodologia que é empreendida neste trabalho é dada por meio da hermenêutica estrutural da obra Ethica – ordine geometrico demonstrata [1677].

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