Livro: "Clóvis I"

Por volta de 278 d.C., o imperador Probus, depois de obter várias vitórias na Gália sobre os francos, escreveu ao senado: “Dediquem-nas com suas próprias mãos a Júpiter, todo-generoso, todo-poderoso e aos outros deuses e deusas imortais. Todo o espólio é retomado e, além disso, fizemos novas capturas, mais consideráveis do que nossas primeiras perdas; os campos da Gália são lavrados pelos bois dos bárbaros, e as equipes alemãs dobram o pescoço em escravidão aos nossos lavradores; diversas nações criam gado para nosso consumo e cavalos para remontar nossa cavalaria; nossas lojas estão cheias do milho dos bárbaros – em uma palavra, deixamos nada ao vencido senão o solo; todas as outras posses são nossas. A princípio, julgamos necessário, pais conscritos, nomear um novo governador da Alemanha; mas adiamos essa medida para o momento em que nossa ambição será mais completamente satisfeita, o que será, como nos parece”. Quando Clóvis, aos quinze anos, sucedeu seu pai, Childerico, como rei da tribo Saliana, seu povo era principalmente pagão; o domínio saliano era muito limitado, o tesouro vazio e não havia armazenamento de grãos ou vinho. Mas essas dificuldades foram superadas por ele; ele subjugou as tribos vizinhas e fez do cristianismo a religião do estado. A nova fé recebeu grandes privilégios e meios de influência, em muitos casos favoráveis à humanidade e mostrando respeito aos direitos dos indivíduos. Um avanço tão grande na civilização é um marco inicial no caminho do progresso. Com um exército bem disciplinado, ele derrubou e varreu os últimos pilares do poder romano para fora da Gália. Durante duzentos e cinquenta anos, os francos foram tribos errantes isoladas, cada uma constantemente em guerra contra a outra. A mudança para um reino cristão bem ordenado, levou ao estabelecimento da monarquia francesa. O clímax desse período de transição veio no reinado de Clóvis, com quem começa a história real da França. Sob sua mão forte, as várias tribos foram gradualmente sujeitas ao seu único domínio.