Livro: "Como são as coisas."

É engraçado notar como o tempo age no seu próprio tempo. Nós fazemos planos para o dia de amanhã que nem ao menos temos a certeza de que vai existir, muito menos se estaremos aqui. Vamos além. Muitos de nós aqui com toda a certeza não imaginávamos chegar até onde estamos da forma como as coisas ocorreram. Claro, nós planejamos, desenhamos uma mapa de como seria a nossa vida, inventamos caminhos, pegamos atalhos, às vezes nos perdemos, tá bom, quase sempre, mas, aí, quando paramos para notar, chegamos aonde queríamos e tudo bem, não do nosso jeito, não foi da nossa maneira, nosso ego não foi acariciado, tivemos que confrontar nossas vontades, alguns princípios, dilemas, revimos conceitos e voilá, seguimos nossa jornada. E você pensa que acaba por aí? Está equivocado. Foi apenas uma amostra do que vem pela frente. O peso de se sentir sozinho, carregando responsabilidades nas costas é cansativo, sei disso, o que não desmerece o valor de todos os nossos esforços, o valor de todo suor, todo tombo e ferida que nos aconteceram, de todos aqueles que fizeram de tudo pra ver você parar, não, não desmereça seu potencial, sua luta terá resultado, e, não digo que é fácil, nunca é, até porque, no meio do caminho, tinha uma pedra, tinha duas pedras, tinha três pedras, quatro, cinco, ou como diz meu amigo Lucas Amorim, “no meio do caminho tinha uma perda”. Nós não lidamos bem com elas não é verdade, mas, estamos sempre querendo coisas melhores, coisas maiores, mesmo não tendo tanto espaço pra tanta coisa. Somos consumistas, gananciosos, e ficamos presos a isso tudo. Deixe ir o que tem de ir. O que é pra ser seu virá, no tempo devido, na estação apropriada, e você vai olhar para trás e rir, rir de tudo, ver o quanto mudou e que realmente tudo aconteceu como devia ser. Se monotonia te perseguir, eu te dou um conselho: Seja forte, corajoso, não desanime, a vida é repleta de tempestades, mas, toda tempestade passa. O que você vai ler logo em breve, não as típicas poesias que você declamaria para seu amor, ou daquelas de causar suspiros apaixonantes, não, eu quero que você pense, mastigue as palavras, sinta o amargo disfarçado de doce, respire, olhe ao redor, mire os ponteiros do relógio, inspire, engulas as palavras, reflita, e perceba: não temos tanto controle como pensávamos. Não é sobreviver, e sobre viver.