Livro: "Como Sobreviver à Pandemia"

Como Sobreviver à Pandemia não é um livro destinado ao estudo da doença ou do aparecimento do vírus no Brasil, mas tão somente um retrato colorido dos aspectos sociais e econômicos tratado pelo autor com fina ironia das decisões das autoridades técnico-científicas e governamentais.As dezenas de crônicas que formam o livro representam o sentimento da sociedade, atônita com os sucessivos acontecimentos nacionais e refletidos em suas paróquias. Ao final de cada crônica, a data em que foi concebida, com fatos noticiados na grande imprensa e presenciados pelo autor.Algumas crônicas foram elaboradas com o estilo debochado dos que observam as narrativas ideológicas e vendidas como ciência, sem qualquer dissimulação, como se fosse um roteiro de um filme de terror. Claro que sem os efeitos especiais vistos nas grandes produções de hollywoodianas.Diria, sem medo de cometer qualquer pecado, que cada uma das crônicas são oriundas das conversas jogadas fora nos botequins da pacata Canavieiras – um paraíso baiano onde mora o autor. Conversas simples de pessoas toscas, embora experientes na vida, contadas com a perspicácia do jornalista Walmir Rosário.Imagine, você caminhando pela manhã na praia deserta na ilha da Atalaia e encontrar duas garrafas de água mineral, de procedência chinesa, em plena pandemia de coronavírus, também oriunda da China. Só mesmo numa assembleia do Clube dos Rolas Cansadas para analisar os riscos e traçar as estratégias de defesa da população indefesa.Outras crônicas expressão a solidariedade – ou a falta dela – de alguns empresários para com os desempregados de sua comunidade, ao doar pães e outros alimentos. O surreal fica por conta das brincadeiras do autor com as máscaras – tão em voga na epidemia –, tanto no sentido figurado quanto o literal.É uma viagem pelos usos e costumes brasileiros do interior em forma de gozação das grosseiras ordens dadas por quem não teria competência para tal.