Livro: "Depressão – Uma história de superação"

“O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.” Esta é uma citação de Friedrich Nietzsche que contempla o que Claudio Castro pretende demonstrar, ao relatar os momentos de superação daquilo que poderia ter sido letal para ele: a depressão.Com uma escrita singela, Claudio narra passagens de sua vida, com o objetivo de transmitir ao leitor a idéia de que depressão não se combate: se aceita. Foram anos em busca de uma saída para a doença que lhe acometeu, nos idos da juventude e lhe acompanha até os dias de hoje. A grande questão é como se livrar de uma doença crônica, que não só lhe dificultou o trato social, como lhe comeu boas economias? A resposta é dada pelo autor, quando aponta para a impossibilidade de fugir da doença, restando como solução encarar o problema. A aceitação, segundo Claudio, seria a melhor forma de controle da depressão.Mas a narrativa de Claudio não se detém nos limites da doença. Pelo contrario, ela nos oferece momentos de franca poesia, quando recupera do passado tanto memórias pungentes quanto passagens ilustrativas de outro tempo, cujas formas de viver eram abalizadas por um ritmo mais compassado e, por isso mesmo, mais distante do frenesi tecnológico da atualidade. O leitor também é surpreendido, ao se defrontar com relatos de contato de seres extraterrestres. São, no mínimo, instigantes as experiências narradas. Devaneios? Surtos? Não acredito. A exposição de Claudio é plausível e encontra ressonância nos anais da Ufologia. A recusa em aceitar a idéia de contatos intergalácticos justifica-se muito mais pelo medo do que pela defesa da impossibilidade de tais contatos. Deixo para o leitor a tentativa de responder às provocativas questões feitas por Carl Sagan:“O que é mais assustador? A idéia de extraterrestres em mundos estranhos, ou a idéia de que, em todo este imenso universo, nós estamos sozinhos?”Maria Luiza de Castro da SilvaDoutora em Literatura Comparada