Livro: "DIÁLOGOS NA FALA E NA ESCRITA: Volume 7 (PROJETOS PARALELOS – NURC/SP (NÚCLEO USP))"

Este livro traz doze capítulos de estudos das características dos diálogos realizados pelas modalidades oral e escrita da língua portuguesa, variedade brasileira, explorando corpora sob os pontos de vista da língua, do discurso e do texto. Diana Luz Pessoa de Barros, em “A sedução nos diálogos”, examina “na perspectiva teórica da Semiótica Discursiva de linha francesa, as estratégias discursivas que cada interlocutor emprega para seduzir o outro e levá-lo a acreditar em certos valores e a agir segundo o que o ‘sedutor’ dele espera”. Dino Preti estuda um tipo de interação bem marcado (a confissão religiosa), com características pré-determinadas dentro do que Marcuschi chama de domínio discursivo. Hudinilson Urbano examina “O diálogo teatral, na perspectiva da Análise da Conversação”, cotejando um trecho do script da peça Pérola, De Mauro Rasi, com sua encenação no palco, mostrando que, ao passar do texto escrito para o falado, operam-se recriações e mudanças. Ieda Maria Alves escreve sobre “O emprego da metalinguagem em diálogos jornalísticos”, estudando textos da revista Veja e Isso é. José Gaston Hilgert investiga em entrevistas do Projeto NURC de Porto Alegre, os fatores que desencadeiam os mal-entendidos e os procedimentos linguístico-discursivos, explicitamente intencionais, que os interlocutores empregam para desfazê-los e poderem prosseguir na abordagem de seu tópico conversacional. Leonor Lopes Fávero, em “A crônica em Lima Barreto: dialogismo fala/escrita”, estuda como a conversação se organiza na crônica literária no início do século passado. Luiz Antônio da Silva mostra em “O diálogo professor/aluno na aula expositiva”, analisa as interrupções que os alunos fazem ao professor durante aulas do tipo expositivo. Luiz Antônio Marcuschi “analisa a natureza da interação em aulas expositivas universitárias, concentrando-se nos momentos de diálogo entre professor(a) e aluno(a), numa tentativa de identificar sua contribuição para o tópico da aula.” Maria Lúcia da Cunha V. de O. Andrade escreve sobre a crônica de Carlos Heitor Cony, procurando estudar como autor/leitor estabelecem uma relação de comunicação “que se concretiza por meio da interação, da dialogicidade, visando à construção do sentido textual”. Marli Quadros Leite, em “O diálogo no diálogo: a dupla expressão do discurso do outro”, toma como base os textos gravados pelo Projeto NURC/SP, para mostrar como os interlocutores constroem os sentidos de seus enunciados, por meio da citação de outros discursos, isto é, de enunciações encaixadas, que tanto podem ser de terceiros como dos próprios falantes.” Paulo de Tarso Galembeck estuda o conceito de tópico e de suas propriedades, para estudar os procedimentos de expansão do tópico discursivo no diálogo. Zilda Gaspar Oliveira de Aquino, em “Diálogos da mídia – o debate televisivo”, analisa a interação dos participantes de uma atividade discursiva, tomando como corpus debates transmitidos pela Rádio Câmara e TV Câmara de Brasília, no programa “Câmara agora especial”.