Este artigo argumenta que o direito societário tornou-se a plataforma jurídica sobre a qual se ergue um processo social impedindo a capacidade da sociedade de refletir lucidamente sobre seus fins primários; nesse sentido, o direito societário está em conflito com a autonomia social. Este processo é descrito aqui como um ciclo de feedback social, no centro estrutural do qual reside a corporação que impõe seu próprio propósito como um fim social irracional, ou seja, independentemente de suas consequências sociais potencialmente catastróficas. O artigo argumenta que resolver o conflito entre o direito societário e a autonomia social é impossível, pois pressupõe uma mudança de paradigma social em relação a uma em que o direito societário como o direito de organização empresarial não tem um ajuste óbvio. Isso questiona a legitimidade social do direito societário, significa sua não permanência e, assim, abre o campo para buscar alternativas radicais no futuro.
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Autor: Raquel Souza Ramos
