Intenciono aqui reconstruir a discussão sobre a inclinação primordial dos sistemas educacionais de reproduzir os privilégios, como sempre garantiu a sociologia althusseriana da educação. Não impede uma educação emancipatória, mas esta só é factível com políticas explícitas, frontais de confronto. Dificilmente as teremos, porque não existe qualidade mínima democrática e republicana. Educação está na boca do povo, literalmente. Praticamente todos apelam para educação para ter alguma chance na vida, começando pela família. A escola obrigatória só se alastra, prendendo a criança, o adolescente e mesmo o jovem nas instituições escolares/universitárias, que Foucault aproximava das instituições prisionais (1977), uma metáfora duríssima, mas realista – entrando no sistema prisional, é mais fácil sair como perito do crime, não como ressocializado.
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