Livro: "Einstein sobre Raça e Racismo"

Mais de cem biografias e monografias sobre Albert Einstein foram publicadas, mas nenhuma delas menciona o nome Paul Robeson, muito menos a amizade de Einstein com ele; ou o nome W.E.B. Du Bois, muito menos o apoio de Einstein para ele. Também não se encontra em nenhuma dessas obras qualquer referência ao Congresso dos Direitos Civis cujas campanhas Einstein apoiou ativamente. Finalmente, em nenhum lugar do oceano de Einsteiniana publicada — antologias, bibliografias, biografias, resumos, artigos, fitas de vídeo, calendários, pôsteres e cartões postais — encontrarão até mesmo uma ilhota de informações sobre as visitas de Einstein e laços com as pessoas da comunidade afro-americana de Princeton ao redor da rua chamada Witherspoon. 1Uma explicação para essa amnésia histórica é que os biógrafos de Einstein e outros que moldam nossas memórias oficiais sentiram que alguns de seus amigos “controversos”, como Robeson, e atividades, como co-presidir a campanha anti-cano, poderiam de alguma forma manchar Einstein como um ícone americano. Esse ícone, santificado pela revista Time quando chamou Einstein de “Pessoa do Século”, é um mito, embora um mito maravilhoso. Na verdade, como os mitos vão, Einstein é difícil de vencer. O cientista mais brilhante do mundo também é uma figura de avô gentil, adorável: professor gênio combinado com o Dr. Feelgood! Moldes de opinião, olhando para baixo de suas torres de marfim, podem ter concluído que um ícone tão atraente ajudará o grande público não lavado a se sentir bem com a ciência, sobre a história, sobre a América. Por que estragar uma imagem tão bonita com histórias sobre racismo, ou com qualquer ativismo político de Einstein? A política, eles argumentam, é feia, fazendo os dentes moerem e os punhos apertarem, então por que jogar política sobre o ícone de Einstein?