Livro: "Ensaio Filosófico Sobre A Justiça Transitória"

Uma vez que o conflito violento entre dois grupos diminuiu, qual é a melhor forma de transitar para uma sociedade civil? Os antigos inimigos precisam de “aceitar o seu passado” para viverem em paz? Se tal acerto de contas for necessário, quais são as estratégias de transição disponíveis para as partes?O campo da justiça transitória, que investiga tais questões, envolve a investigação filosófica, jurídica e política do rescaldo da guerra. Esta entrada proporcionará uma introdução aos problemas centrais que animam este campo relativamente novo. Fá-lo-á examinando a história e as dificuldades associadas ao funcionamento de três políticas transitórias importantes: tribunais de crimes de guerra, comissões de verdade e políticas de luxúria. [1] Consideraremos, entre outras questões, as tensões entre o desejo de paz e estabilidade após a guerra e a importância de levar os violadores dos direitos humanos a julgamento, a necessidade, como parte de uma transição política, de criar um registo histórico fiável de abusos passados, a promessa e limitações do direito penal internacional e a coerência do perdão na política.A parte 1 fornece uma introdução teórica à natureza da justiça transitória, destacando as tensões entre a paz e a justiça típicas de cenários transitórios. A parte 2 examina as dificuldades associadas aos tribunais de crime de guerra. A parte 3 concentra-se nos dilemas envolvidos no funcionamento das comissões da verdade. A parte 4 centra-se nas purgas administrativas ou nas políticas de luxúria. A secção final considera a possibilidade de esquecer como resposta à atrocidade em massa.