Livro: "Ensaio Filosófico Sobre Medição em Ciência"

A medição é parte integrante da ciência moderna, bem como da engenharia, comércio e vida quotidiana. A medição é muitas vezes considerada uma marca da empresa científica e uma fonte privilegiada de conhecimento em relação aos modos de investigação qualitativos. Apesar da sua ubiquidade e importância, há pouco consenso entre os filósofos sobre como definir a medição, que tipo de coisas são mensuráveis, ou quais as condições que tornam possível a medição. A maioria (mas não todos) autores contemporâneos concordam que a medição é uma atividade que envolve interação com um sistema concreto com o objetivo de representar aspetos desse sistema em termos abstratos (por exemplo, em termos de classes, números, vetores, etc.) Mas esta caracterização também se enquadra em vários tipos de atividades percetuais e linguísticas que não são geralmente consideradas medidas, e por isso é demasiado ampla para contar como uma definição de medição. Além disso, se “concreto” implica “real”, esta caracterização também é muito estreita, uma vez que a medição envolve frequentemente a representação de sistemas ideais como o agregado familiar médio ou um eletron em repouso completo.Filósofos escreveram sobre uma variedade de questões conceptuais, metafísicas, semânticas e epistemológicas relacionadas com a medição. Esta entrada irá examinar os pontos de vista filosóficos centrais sobre a natureza da medição, a noção de quantidade mensurável e questões epistemológicas conexas. Abster-se-á de elaborar os muitos problemas específicos da disciplina associados à medição e concentrar-se em questões que têm um carácter geral.