Livro: "Ensaio Filosófico Sobre Nacionalismo"

O termo “nacionalismo” é geralmente usado para descrever dois fenómenos: 1.a atitude que os membros de uma nação têm quando se preocupam com a sua identidade nacional, e2.as ações que os membros de uma nação tomam ao procurar alcançar (ou sustentar) a autodeterminação.(1) levanta questões sobre o conceito de nação (ou identidade nacional), que é muitas vezes definida em termos de origem comum, etnia ou laços culturais, e especificamente sobre se a adesão de um indivíduo a uma nação deve ser considerada não voluntária ou voluntária. (2) levanta questões sobre se a autodeterminação deve ser entendida como envolvendo um estado pleno com plena autoridade sobre os assuntos internos e internacionais, ou se é necessário algo menos.O nacionalismo entrou no centro do debate filosófico há três décadas, nos anos noventa, em parte em consequência de confrontos nacionalistas bastante espetaculares e preocupantes. As ondas de nacionalismo tendem a apresentar uma imagem moralmente ambígua, e por esta razão muitas vezes fascinante, imagem. O “despertar nacional” e as lutas pela independência política são muitas vezes heroicas e cruéis; a formação de um Estado nacional reconhecível responde frequentemente a um profundo sentimento popular, mas por vezes produz consequências desumanas, desde a expulsão violenta e a “limpeza” de não-nacionais até ao assassínio em massa organizado. O debate moral sobre o nacionalismo reflete uma profunda tensão moral entre a solidariedade com os grupos nacionais oprimidos, por um lado, e a repulsa perante os crimes perpetrados em nome do nacionalismo, por outro. Além disso, a questão do nacionalismo aponta para um domínio mais vasto de problemas relacionados com o tratamento das diferenças étnicas e culturais no seio da polidade democrática, indiscutivelmente entre os problemas mais prementes da teoria política contemporânea.