Livro: "Ensaio Sobre A Epistemologia Feminista e Filosofia da Ciência"

A epistemologia feminista e a filosofia da ciência estudam as formas pelas quais o género faz e deve influenciar as nossas conceções de conhecimento, conhecedores e práticas de investigação e justificação. Identifica como as conceções e práticas dominantes de atribuição, aquisição e justificação prejudicam as mulheres e outros grupos subordinados, e esforça-se por reformá-las para servir os interesses destes grupos. Vários epistemologistas feministas e filósofos da ciência argumentam que as práticas dominantes do conhecimento prejudicam as mulheres por (1) excluindo-as de investigação, (2) negando-lhes autoridade epistemica, (3) denegrindo estilos cognitivos “femininos”, (4) produzindo teorias de mulheres que as representam como inferiores, ou significativas apenas na forma como servem os interesses masculinos, (5) produzindo as teorias dos fenómenos sociais que tornam as mulheres. , ou relações de poder de género, invisíveis, e (6) produzindo conhecimentos que não são úteis para pessoas em posições subordinadas, ou que reforçam o género e outras hierarquias sociais. Os epistemologistas feministas traçam estas falhas em conceções imperfeitas de conhecimento, conhecedores, objetividade e metodologia científica. Oferecem contas diversas de como superar estas falhas. Pretendem também (1) explicar por que razão a entrada de mulheres e académicos feministas em diferentes disciplinas académicas tem gerado novas questões, teorias, métodos e descobertas, (2) mostrar como os valores e perspetivas feministas e de género têm desempenhado um papel causal nestas transformações, (3) promovem teorias que ajudam movimentos igualitários e de libertação, e (4) defendem estes desenvolvimentos como avanços epistemicos. O conceito central da epistemologia feminista é do conhecimento situado: conhecimento que reflete as perspetivas particulares do conhecedor. Filósofos feministas exploram como o género situa conhecer os sujeitos. Eles articularam três abordagens principais para esta questão – teoria do ponto de vista feminista, pós-modernismo feminista e empirismo feminista – que convergiram ao longo do tempo. As conceções de como os conhecedores de género também informam abordagens feministas para os problemas centrais do campo: fundamentar as críticas feministas à ciência e à ciência feminista, definir os papéis adequados dos valores sociais e políticos na investigação, avaliar ideais de objetividade e reformar práticas de autoridade epistemica e virtude epistemica.