Livro: "Ensaio Sobre A Filosofia Zen Budista Japonesa"

Zen visa a perfeição da personalidade. Para tal, a meditação sentada chamada “za-zen” é usada como um método fundamental de prāxis através das diferentes escolas deste Buda-Way – que não é uma ideologia, mas um modo de viver. Através de za-zen, o praticante Zen tenta encarnar a sabedoria não discriminatória face à experiência meditacional conhecida como “satori” (iluminação). Um processo de descoberta da sabedoria culmina, entre outras coisas, na apreensão experiencial da igualdade de todos os acontecimentos.A característica mais distintiva desta escola do Caminho de Buda é a sua afirmação de que a sabedoria, acompanhada pela compaixão, é expressa no mundo do dia-a-dia ao associar-se a si mesmo, a outras pessoas e à natureza. O mundo da vida quotidiana para a maioria das pessoas é uma fase de transformação evanescente em que a vida é consumida, filosoficamente falando, por um paradigma dualista ou egológico, de pensar com os seus estados psicológicos como o stress e a ansiedade. Zen exige uma superação deste paradigma na prática, alcançando uma perspetiva holística e não-hualista na cognição, para que o praticante Zen possa celebrar, com quietude de espírito, uma vida direcionada para as coisas concretas da vida quotidiana e da natureza. Por esta razão, o praticante Zen é obrigado a encarnar a liberdade expressiva da natureza humana original, chamada “natureza buda”.