Livro: "Entrevistando Kardec VOL. XII: ABENÇOANDO COM KARDEC"

Em Nome de Deus
Já um dos mandamentos da antiga Lei, ditados a Moysés, rezava que não se deve tomar o nome de Deus em vão. Como sabemos, estatutos e leis se revestem com as formas apropriadas aos entendimentos de cada ciclo evolutivo. E o quê, no princípio, deveria ser tomado ao pé da letra, ainda permanece, é eterno, porém que deve ser interpretado de uma maneira mais condizente com a razão amadurecida.Do ponto de vista destes finais de tempos, ainda predomina um pouco da idéia do Deus zeloso, que premia e castiga, na medida em que os nossos atos lhe são agradáveis ou desagradáveis. Faz-se urgente a desmistificação de tal idéia, porquê, como também sabemos, mantê-la seria apequenar, ainda mais, a concepção que fazemos de Deus, o Qual paira acima de todas as convenções humanas. Não, frise-se, com o escopo de enaltecer o Criador, que Ele não carece disso, não agasalha expectativas, ora pois. Contudo, por sabermos que a manutenção de tabus, de atavismos, só faz complicar os demais dos despertamentos espirituais. Pode-se, sobre bases podres, erigirem-se sólidos edifícios? Não pode.Banindo, pois, atavismos. Expulsando o medo das nossas cogitações, vamos enxergar, então, que não mais devemos agir em nome de Deus. Em quaisquer causas. Pelo simples motivo de, em assim fazendo, estaríamos enganando a nós mesmos, uma vez que as nossas atitudes, no período kármico em que nos encontramos, dizem respeito apenas a nós mesmos. Embora interativos, com tudo e com todos, respondemos, tão-somente, pela parte que nos toca. Se, na interação, favorecermos o próximo, parabéns, estamos progredindo no bem. Se a outrem parecermos prejudicar, dores para nós estaremos a gerar. Podemos agir em nome de qualquer nome, e não estaremos alterando absolutamente nada das consequências kármicas que deveremos experimentar, para aprender. E, assim pensando e desse modo agindo, estaremos nos aproximando, muito mais, do discernimento que nos compete angariar.