Livro: "EPISTOLA DE MANOEL MENDES FOGAÇA: DIRIGIDA DE LISBOA A HUM AMIGO DA SUA TERRA, EM QUE LHE REFERE COMO DE REPENTE SE FEZ POETA, E LHE CONTA AS PROEZAS DE HUM RAFEIRO. Portuguese and English Edition"

SINOPSE:

EPISTOLA.
Por certo, Amigo, que benzer te deves De me observares subito Poeta! Em proza de lá vim, e escrevo em verso! De perfeita saude hum corpo goza, E he do contagio subito assaltado. Se entre doentes de malignas vive. Nunca grassou na Imperial Lisboa Maior contagião de infindos Vates: He tinha que se apega, e se propaga, Como se estende no Levante a peste. Entro em hum Botequim, são Vates todos; Eu bebo tãobem ponche, e fico Vate. Se vou para a Comedia, ouço Elogios, E quando volto pela rua grito: =Honra, Patria, Virtude, ó Tejo, ó Douro. Brilhai na escuridão; que azeite falta.= Vem n’hum Jornal o invento do Antimonio, E a maneira subtil de, cães, e burros Mortos, tornar em branco Espermacete; Lá vem versos tãobem, taes e quejandos: “O homem he fungo, e germen de monturo.” Eu li co’os olhos meus esta sentença; Deos pague ao seu auctor, quem quer que seja, O completo elogio á raça humana! Onde todos são Vates sou Poeta: Tudo novo aqui he, tudo he prodigio: Eu jà cançado de lidar co’os homens, De observar sem proveito os seus costumes, Por hum capricho, que esquecêra a Jacques, Ando observando a Cafila infinita De matilhas de cães, que pejão tudo, A quem Lagarde fez sangrenta guerra: Pragmatica Sancção de Canicidio Aqui duplicou, fogirão todos Do terrivel Caligula pelado, Depois que as Aguias rapinantes forão Ás mãos dos fortes Luzos derrabadas, E a Falange infernal de trapo e fome Fatiota entrouxou, que não trouxera. Das ermas grutas dos alpestres montes Veio surdindo affouta a canzoada, Que fugira ligeira ao calvo Néro, Quasi toda esgalgada, e sem cabello, Consumida da putrida rabuje, Mas bem depressa em lamaçáes nojentos E ás nunca, e nunca solitarias portas D’altas casas de pasto, e consciencia, A pansa se lhe encheu cresceu-lhe o pelo, E airada vida se levou nas ruas. Uivão, retoição, saltão, ladrão, mordem, E vão correndo atraz, dos que chotêão, E co’ sentido talvez no arenque esguio, Que em picado lá vai mettido em massa Dos que hum sò molho tem, guizados muitos; Progenie illustre d’onde vem meu sangue, Donde eu sahira involuntaria empada, De boa creação, gordura, e polpa; Farto como hum villão, rapaz travesso, A quem nunca falhou pedrada, e sôcco. Não me pejo da raça, e se escolhera, Antes de feito no materno alvergue, Fôra meu Pai hum rico toucinheiro De tez purpurea, e dorso acanastrado, Material, mas honrado, e de palavra, A quem não regeitasse hum Senhorio Seguro Abonador d’agoas furtadas, E que á primeira voz de Patria, e Throno, Pagasse de contado o Quinto, ou Terço, Que a hum ladrão Francez não desse hum palmo De lingoiça, ou de chouriço moiro; E que prompto com a ripa, ou co’ a espingarda No terreiro ao Domingo apparecesse. Perdoa, amigo, a digressão de hum Vate, Que julga que a virtude he só nobreza, Como o bom Juvenal disse aos Romanos. De meus versos assumpto, aos Cães eu torno; Quasi todos conheço pela pinta, Filosofo Canino, eu ter quizera O bom Cão de Diogenes profundo. Mas entre a ímmensa Canicada toda …..

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