Livro: "Equívoco Fatal: O crime da rua general João Telles"

Romance reencarnacionista e relato autobiográfico, saga noir. “Equívoco Fatal – O Crime da rua general João Telles”, de Vera Regina Scheleck, pode ser definido de várias formas. Mais importante que categorizar o livro dessa ousada autora porto-alegrense, contudo, é simplesmente deixar-se levar por ele – por seu poder imagético, pela emoção que verte em cada uma de suas frases, por sua honestidade típica das obras que vêm da alma de seu criador. Da Inglaterra medieval aos anos 1990, no emblemático e efervescente bairro do Bom Fim, na capital gaúcha, a história que Vera Regina Scheleck nos conta, neste que é o seu terceiro livro, oferece uma rica e franca reflexão sobre os desejos, os temores, a grandeza e a mesquinhez do ser humano. Com seus personagens mais reais do que se possa, a princípio, imaginar, “Equívoco Fatal – O Crime da rua general João Telles” é um tratado sobre o amor, a vingança, a generosidade e o ódio que o ser humano é capaz de nutrir, voluntária ou involuntariamente, consciente ou inconscientemente. Ou talvez se possa afirmar que este livro é, mais que tudo, um grande ensaio que mistura espiritualidade extrema e as técnicas das boas novelas policiais; amor romântico e histórico; resgate cármico e literatura pop.Tudo isso, no entanto, são tentativas de, de uma forma ou de outra, tentar criar rótulos para um livro que, desde os primeiros instantes de sua concepção, recusa o engessamento das classificações simplistas. Pode-se, portanto, dizer que “Equívoco Fatal – O Crime da rua general João Telles” é, sobretudo, uma obra libertária. É possível que essa seja, enfim, a melhor pista que se possa dar ao leitor. A sugestão principal, porém, é aquela que está no início deste texto: faça-se confortável, abra o livro e permita-se viajar pelo inspirado, transgressor e corajoso libelo de autoria de Vera Regina Scheleck.