Livro: "Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção"
SINOPSE:
Publicado pela primeira vez em 1885, o “Esboço de uma moral sem obrigação nem sanção” nos propõe uma teoria ética inspirada pelo evolucionismo e a psicofisiologia nascente. Seu princípio, a tendência da vida à mais expansão e mais intensidade, permite a seu autor, Jean-Marie Guyau (1854-1888), situar-se em contraposição às «duas tendências da moral» – segundo ele: o utilitarismo anglo-saxão e o kantismo continental. Ele o leva também a nos oferecer a perspectiva original de uma «moral da vida» nesse livro «refinado e melancolicamente corajoso» (Nietzsche).(apresentação da edição Belles-Lettres)
Partindo da concepção fundamental da vida intensa e extensiva, Guyau se propõe a investigar aquilo que seria e até onde poderia ir uma moral da qual não fizesse parte nenhum “preconceito”, na qual tudo fosse examinado e apreciado em seu justo valor, tanto no aspecto das certezas, quanto no aspecto das opiniões e hipóteses simplesmente prováveis. Para isso, ele distingue a moral racional da moral ordinária. Podemos, aliás, conceber muito bem que a esfera da demonstração intelectual não se iguale em extensão à esfera da ação moral. Nesse caso, o costume, o instinto e o sentimento guiam o homem. É preciso apenas saber que obedecemos, então, aos impulsos mais generosos da natureza humana, ao mesmo tempo que às mais justas necessidades da vida social. A moral científica não deve ter a pretensão de abranger tudo. Ela própria deve trabalhar para delimitar o seu domínio. É preciso que ela consinta em dizer com franqueza: nesse caso, eu não posso prescrever nada imperativamente em nome do dever. Então, não há mais obrigação e nem sanção: apenas os instintos mais profundos permanecem agindo. Cada um, então, fica entregue ao seu “self-government”. É a liberdade na moral que consiste na abstenção da regulação científica, todas as vezes em que ela não pode ser justificada com um rigor suficiente. Esse livro pode ser considerado como uma tentativa de determinar o alcance, a extensão e, também, os limites de uma moral exclusivamente científica.(apresentação das Éditions Allia)
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