Livro: "Espiritismo, pandemia e vida: Pequenos ensaios críticos"

A pandemia de COVID-19 disseminou diversos tipos de sofrimento ao redor do mundo. Neste contexto, é natural que religiões e sistemas de pensamento voltados para a superação do sofrimento humano sejam instados a se pronunciarem. Afinal, espera-se que deles venha alguma luz para enfrentar as penumbras ética e social que acompanham as grandes catástrofes. Anseiam-se deles argumentos e mensagens que possam aliviar a dor e apontar um caminho para a superação. Com o espiritismo não é diferente. As pessoas espíritas normalmente acreditam nas teses da evolução dos mundos e do resgate de carmas coletivos e, por isso, a pandemia global impõe uma reflexão sobre o que está acontecendo nestes termos. Em um nível mais individual, espíritas costumam acreditar na possibilidade de curas que não encontram explicações em processos científicos convencionais. Trata-se da tese da cura mediúnica ou espiritual que, obviamente, também surge como um tema urgente no cenário pandêmico. Simultaneamente, o espiritismo tem no seu DNA o estímulo ao estudo, à pesquisa e à reflexão sobre a sua própria doutrina e sobre os fenômenos mediúnicos. Escreveu Allan Kardec: “Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade” . Isto é, não convém ter fé cega. Esta é uma recomendação importantíssima nos nossos tempos, e especialmente nesta quadra histórica, pois é provável que o sofrimento fragilize as pessoas, deixando-as mais vulneráveis a todo tipo de manipulação e autoengano. Tendo estes elementos em consideração, este livro traz pequenos ensaios críticos com dois objetivos principais. Primeiro, oferecer uma contribuição para as discussões sobre o papel do espiritismo nos temas sociais, tendo como eixos a pandemia e a religião. Em segundo lugar, trazer alguma esperança para quem perdeu entes e amizades queridos, por meio da possibilidade de comunicação mediúnica.