Livro: "Estudo Biográfico: Bernard Williams"

Bernard Williams (1929-2003) foi uma das principais influências na ética filosófica na segunda metade do século XX. Rejeitou a codificação da ética em teorias morais que visões como o kantianismo e (acima de tudo) o utilitarismo vêem como essenciais para o pensamento filosófico sobre a ética, argumentando que a nossa vida ética é demasiado desarmada para ser capturada por qualquer teoria moral sistemática. Foi também um importante contribuidor para debates sobre psicologia moral, identidade pessoal, igualdade, moralidade e emoções, e a interpretação de filósofos como Wittgenstein, Nietzsche, Descartes, Aristóteles e Platão.As contribuições da Williams foram fundamentadas em dois compromissos dominantes. Primeiro, ficou profundamente impressionado com a importância da integridade ou da autenticidade subjetivas, e grande parte do seu trabalho é essencialmente uma tentativa sustentada de dar sentido à forma como a teorização moral pode evitar alienar indivíduos dos seus valores, cuidados e projetos de vida mais profundos. Em segundo lugar, esta tentativa sustentada foi feita sob o guarda-chuva de uma variedade de naturalismo filosófico que era simultaneamente anti-platónico e anti-reducionista. Ele expressou estes compromissos gémeos no final da sua vida quando sonhou, melancólico, de “uma filosofia que seria completamente verdadeira e honestamente útil” (2005: 212).