Livro: "Estudo Biográfico: Conde Paul Yorck von Wartenburg"

O Conde Hans Paul Yorck von Wartenburg (1835 – 1897) foi um filósofo alemão. É conhecido principalmente pela sua longa colaboração com o seu amigo Wilhelm Dilthey (1833-1911) e pelo seu impacto em Martin Heidegger (1889-1976) e Hans-Georg Gadamer (1900-2002). Juntamente com Dilthey, Yorck foi o primeiro filósofo a elaborar o conceito específico de historicidade comoGeschichtlichkeituma característica determinante na ontologia dos seres humanos. Em particular, Yorck enfatizou a diferença genérica e o histórica, ou seja, a diferença entre o que é visto ou conceptualizado (e esteticamente contemplado) como natureza permanente, ou essência, ou ideia, e o ritmo histórico da vida, ou seja, a imersão da vida e pertence às ondas abrangentes e sempre em mudança da história. Na constrição dos esforços epistemológicos de Dilthey para clarificar os alicerces das ciências históricas face às ciências naturais, Yorck visou exclusivamente a ontologia da vida histórica, particularmente a banda histórica(sindesmos) e a conexão eficaz(virtualidade)que une a vida geracional. Com base na primazia da vida histórica, Yorck adotou uma postura decididamente anti-metafísica, rejeitando todas as alegações de conhecimento subpecie aeternitatis. Ele combinou isto com um cristão, particularmente luterano, conceção de um Deus histórico e pessoal, mas inteiramente transcendente, relativamente a quem cada pessoa individual, numa singularidade incontornável, define a sua própria história de vida. As ideias de Yorck foram tornadas públicas pela primeira vez sob a forma de um volume póstumo da sua Correspondência com Dilthey em 1923 (Yorck 1923). Através desta publicação influenciou não só Heidegger (ver Farin 2016 e Ruin 1994) e Gadamer (1990), mas também Misch, Rothacker, Scholem, Bultmann, Marcuse, entre outros. Entre 1956 e 1970 foram publicados vários fragmentos inacabados dos escritos de Yorck. Eles contêm o esboço da psicologia sistemática de Yorck da história e história da filosofia, bem como extensas reflexões sobre a negação parcial ou supressão da temporalidade no pensamento e metafísica (devido ao caráter inerentemente espacial da representação e do pensamento como tal). Estes trabalhos posteriores não receberam tanta atenção como as suas opiniões anteriores na sua Correspondência com Dilthey.