Livro: "Estudo Filosófico: Fronteira"

Pensamos em um limite sempre que pensamos em uma entidade demarcada de seus arredores. Há um limite (uma linha) que separa Maryland e Pensilvânia. Há um limite (um círculo) que isola o interior de um disco de seu exterior. Há um limite (uma superfície) envolvendo a maior parte desta maçã. Às vezes, a localização exata de um limite não é clara ou é controversa (como quando você tenta traçar as margens do Monte Everest, ou mesmo o limite do seu próprio corpo). Às vezes, o limite está distorcido a qualquer descontinuidade física ou diferenciação qualitativa (como na fronteira do Wyoming, ou na fronteira entre as metades superior e inferior de uma esfera homogênea). Porém, seja nítido ou embaçado, natural ou artificial, para todo objeto parece haver um limite que o diferencia do resto do mundo. Eventos também tem limites – pelo menos limites temporais. Nossas vidas são limitadas por nossos nascimentos e nossas mortes; o jogo de futebol começou às 15h e terminou com o apito final do árbitro às 16h45. Às vezes, é sugerido que mesmo entidades abstratas, como conceitos ou conjuntos, têm limites próprios, e Wittgenstein poderia proclamar enfaticamente que os limites de nossa linguagem são os limites de nosso mundo (1921: 5.6).