Livro: "Estudo Filosófico Sobre Confirmação"

A cognição e o comportamento humanos dependem fortemente da noção de que evidências (dados, premissas) podem afetar a credibilidade de hipóteses (teorias, conclusões). Essa ideia geral parece estar subjacente a práticas inferenciais sólidas e eficazes em todos os tipos de domínios, desde o raciocínio cotidiano até as fronteiras da ciência. No entanto, também está claro que, mesmo com evidências extensas e verdadeiras disponíveis, tirar uma conclusão equivocada é mais do que uma mera possibilidade. Para exemplos dolorosamente tangíveis, é preciso considerar apenas diagnósticos médicos perdidos (ver Winters et al. 2012) ou erros judiciais (ver Liebman et al. 2000). O filósofo escocês David Hume (1711–1776) é geralmente creditado por ter divulgado as raízes teóricas dessas considerações de maneira particularmente transparente (ver Howson 2000, Lange 2011 e Varzi 2008). Na maioria dos casos de interesse, Hume destacou que muitas hipóteses alternativas de candidatos permanecem logicamente compatíveis com todas as informações relevantes à sua disposição, de modo que nenhuma das primeiras possa ser destacada por estas com plena certeza. Assim, em circunstâncias usuais, o raciocínio a partir das evidências deve permanecer falível.