Livro: "Estudo Filosófico Sobre Iluminação"

O coração do Iluminismo do século XVIII é a atividade vagamente organizada de proeminentes pensadores franceses de meados das décadas do século XVIII, as chamadas “filosofias”(por exemplo, Voltaire, D’Alembert, Diderot, Montesquieu). As filosofias constituíram uma sociedade informal de homens de letras que colaboraram num projeto pouco definido de Iluminismo exemplificado pelo projeto da Enciclopédia (ver abaixo de 1.5). No entanto, existem centros notáveis de Iluminação fora da França também. Há um renomado Iluminismo escocês (figuras-chave são Frances Hutcheson, Adam Smith, David Hume, Thomas Reid), um Iluminismo Alemão (die Aufklärung, figuras-chave das quais incluem Christian Wolff, Moses Mendelssohn, G.E. Lessing e Immanuel Kant), e há também outros centros de pensadores do Iluminismo e do Iluminismo espalhados pela Europa e América no século XVIII.O que faz com que a unidade de pensadores tão tremendamente diversos sob o rótulo de “Iluminação”? Para efeitos desta entrada, o Iluminismo é concebido amplamente. D’Alembert, uma das principais figuras do Iluminismo francês, caracteriza o seu século XVIII, no meio dele, como “o século da filosofia por excelência”,devido ao tremendo progresso intelectual e científico da época, mas também pela expectativa da idade que a filosofia (no sentido amplo da época, que inclui as ciências naturais e sociais) melhoraria drasticamente a vida humana. Guiado pela caracterização do seu século por D’Alembert, o Iluminismo é concebido aqui como tendo a sua origem primária na revolução científica dos séculos XVI e XVII. A ascensão da nova ciência mina progressivamente não só a conceção geocêntrica antiga do cosmos, mas também o conjunto de pressupostos que serviram para conter e orientar a investigação filosófica nos tempos anteriores. O sucesso dramático da nova ciência na explicação do mundo natural promove a filosofia de uma serva de teologia, limitada pelos seus propósitos e métodos, a uma força independente com o poder e autoridade para desafiar o velho e construir o novo, nos reinos tanto da teoria como da prática, com base nos seus próprios princípios. Tomando como núcleo do Iluminismo a aspiração ao progresso intelectual, e a crença no poder de tais progressos para melhorar a sociedade humana e a vida individual, esta entrada inclui descrições de aspetos relevantes do pensamento de pensadores anteriores, como Hobbes, Locke, Descartes, Bayle, Leibniz e Spinoza, pensadores cujos contributos são indispensáveis para entender o século XVIII como “o século de filosofia porexcelência”. par excellence