Livro: "Estudo Filosófico Sobre Voluntarismo Teológico"

Há uma classe de pontos de vista metésicos e normativos que geralmente se chama “teoria do comando divino”. O que todos os membros desta classe têm em comum é que eles sustentam que o que Deus quer é relevante para determinar o estatuto moral de algum conjunto de entidades (atos, estados de coisas, traços de carácter, etc., ou alguma combinação destes). Mas o nome “teoria do comando divino” é um pouco enganador: o que estas opiniões têm em comum é o seu apelo à vontade divina; enquanto muitas destas opiniões sustentam que o ato relevante da vontade divina é o de comandar, alguns negam-no. Por conseguinte, faríamos bem em ter um rótulo para esta classe de pontos de vista que não prejudique a questão do ato relevante da vontade divina. O rótulo que vou usar, a seguir a Quinn 1990, é “voluntarismo teológico”.Tenho três objetivos neste artigo. Primeiro quero distinguir versões metésicas do voluntarismo teológico das versões normativas dessa vista, colocando para as versões normativas laterais. Em segundo lugar, direi algo sobre as principais linhas de defesa do voluntarismo teológico, as várias opções teóricas que confrontam os defensores do voluntarismo teológico, e algumas das razões para afirmar ou rejeitar estas diferentes formulações possíveis. E, finalmente, direi um pouco sobre o tipo de dificuldades que parecem confrontar-se com tais opiniões. (Não dou, no entanto, um relato da história do voluntarismo teológico na filosofia moral; para uma antologia de leituras que cobrem uma vasta faixa desta história, ver Idziak 1979.)