Livro: "Guia De Estudo Sobre As Leis Ceteris Paribus"

As leis da natureza assumem o centro da filosofia da ciência e da metafísica. Acredita-se que as leis mantêm relações estreitas com muitos conceitos filosóficos fundamentais, tais como a causalidade, a explicação, a confirmação, o determinismo e os contrafactuais. Tradicionalmente, os filósofos focaram-se nas leis físicas, que foram consideradas pelo menos verdadeiras, declarações universais que apoiam afirmações contrafactuais. Mas, embora esta afirmação sobre as leis possa ser verdadeira no que diz respeito à física, as leis nas ciências especiais (como biologia, psicologia e economia) parecem ter – talvez não surpreendentemente – características diferentes das leis da física. Leis especiais de ciência — por exemplo, a lei económica “Sob a condição de uma concorrência perfeita, um aumento da procura de uma mercadoria leva a um aumento de preço, dado que a quantidade da mercadoria fornecida permanece constante” e, em biologia, as Leis de Mendel são geralmente tomadas para “ter exceções”, para ser “não-universal” ou para ser “leis ceteris paribus”. Como e se as leis da física e das leis das ciências especiais diferem é uma das questões cruciais que motivam o debate sobre as leis ceteris paribus. Outra grande e controversa questão diz respeito à determinação do significado exato de “ceteris paribus”. Os filósofos têm tentado explicar o significado das cláusulas ceteris paribus de diferentes maneiras. A questão do significado está ligada ao problema do conteúdo empírico, ou seja, à questão de saber se as leis ceteris paribus têm conteúdo não trivial e empiricamente testável. Uma vez que muitos filósofos têm argumentado que as leis ceteris paribus carecem de conteúdo empiricamente testável, este problema constitui um grande desafio para uma teoria das leis ceteris paribus.