Livro: "Guia De Estudo Sobre Leis da Natureza"

A ciência inclui muitos princípios pelo menos uma vez pensados como leis da natureza: a lei da gravitação de Newton, as suas três leis de movimento, as leis ideais do gás, as leis de Mendel, as leis da oferta e da procura, e assim por diante. Não se pensava que outras regularidades importantes para a ciência tivessem este estatuto. Estas incluem regularidades que, ao contrário das leis, foram (ou ainda são) pensadas pelos cientistas para precisar de explicação. Estes incluem a regularidade das marés oceânicas, o periélio da órbita de Mercúrio, o efeito fotoelétrico, que o universo está se expandindo, e assim por diante. Os cientistas também usam leis, mas não outras regularidades para resolver o que é possível: Baseia-se na sua consistência com as leis de gravidade de Einstein que os cosmólogos reconhecem a possibilidade de que o nosso universo está fechado e a possibilidade de estar aberto (Maudlin 2007, 7-8). Na mecânica estatística, as leis de uma teoria física subjacente são usadas para determinar as trajetórias dinâmicas possíveis através do espaço estatal do sistema (Roberts 2008, 12-16). Filósofos da ciência e metafísicos abordam várias questões sobre leis, mas a questão básica é: O que é ser uma lei? Duas respostas influentes são a abordagem dos sistemas de David Lewis (1973, 1983, 1986, 1994) e a abordagem universal de David Armstrong (1978, 1983, 1991, 1993). Outros tratamentos incluem pontos de vista antirrealistas (van Fraassen 1989, Giere 1999, Ward 2002, Mumford 2004) e visões anti-encriquistas (Carroll 1994 e 2008, Lange 2000 e 2009, Maudlin 2007). Para além da questão básica, a literatura recente também se focou em (i) se as leis supervensas sobre questões de facto, (ii) o papel que as leis desempenham no problema da indução, (iii) se as leis envolvem a necessidade metafísica, e (iv) o papel das leis na física e como isso contrasta com o papel das leis nas ciências especiais.