Livro: "História Do Vampirismo"

Um Vampiro é um morto que emerge da tumba, um fantasma que se materializa e aparece, que atormenta, que anuncia a morte, quem a dá e contra quem é necessário proceder… No Império Romano, o Jus Pontificum – a lei que regulamenta o culto e a religião – prescrevia que os corpos não deveriam ser deixados sem sepultura. As tumbas deveriam ser protegidas contra ladrões, profanadores e inimigos, naturais ou sobrenaturais. As violações eram consideradas sacrílegas e punidas com a morte. Lamia, uma carniçal necrófaga, rainha dos fetos devoradores de súcubos e assustadora de crianças à noite, às vezes é apresentada como o equivalente ao vampiro romano. Quando a bruxa de En-dor fez Samuel aparecer diante de Saul, disse ao rei: Amanhã tu e teus filhos estareis comigo (1 Samuel 28). É certo que naquela época a fé nas aparições era muito difundida entre os judeus, pois Saul pede uma mulher que saiba evocar espíritos ou sonhos. Anquises mostra seu filho na Eneida, Rômulo aparece após sua morte; há aparições na obra de Homero em todos os monumentos; e indubitavelmente entre os espectros de então “já havia vampiros, desde que se lhes oferecesse sangue”. Quando Ulisses “evoca o espectro” de sua mãe, ele a faz beber o sangue do corcel negro; e todas as outras sombras estão tão ansiosas por esta guloseima que ele é obrigado a afastá-las com violência para deixar Anticlea com todos os prazeres da festa.