SINOPSE:
Sr. presidente, minhas senhoras e meus senhores: Agradeäo a V. Ex.©, sr. presidente, as palavras amaveis com que me apresentou a esta assemblæa, onde tenho a honra de me apresentar pela primeira vez, palavras inspiradas mais pela amisade do que pela justiäa. E a V.as Ex.as digo que nào poderei nem satisfazer o meu desejo nem a vossa espectativa. Estou aqui no cumprimento d’um dever, desempenhando-me d’uma difficil missào, mas entendi que nào devia recusar o convite, que tào amavelmente me foi feito, e ainda pela razào de nào se tratar d’uma conferencia ou dissertaäào, para o que eu seria completamente incompetente, mas sim d’uma palestra que servisse como que de prologo Þ apresentaäào de algumas projecäñes photographicas, que de certo vos interessarào muito mais do que o que eu vos possa dizer. Nào exerci na India, cargo algum administrativo e portanto outro, que nào eu, vos poderia explanar quaesquer projectos de melhoramentos e planos de boa economia administrativa, tendo observado de perto quaes as necessidades mais urgentes, quaes os serviäos a montar ou a remodelar n’essa India de que Diogo do Couto, no seu Soldado pratico, jÞ tanto se queixava! Estive ali como commandante da estaäào naval nos annos de 1897-1898; fazia da India uma idæa completamente differente da que faäo hoje, interessou-me a ethnographia, a religiào e vida d’aquelles povos tào differentes do que atæ entào tinha visto, percorri uma parte d’esse Estado, que foi gloria da nossa raäa, mas bem longe estava eu de que tivesse de vir a publico dizer alguma coisa do que tinha visto em tào rapida visita. Maior campo onde satisfizesse a minha curiosidade offereceu-m’o a India Ingleza e, aproveitando o ensejo, visitei Bombaim e CalcuttÞ, os dois grandes emporios commerciaes, as duas cidades cosmopolitas, depois, subindo a Darjeling, a 10:000 pæs de altitude d’onde me foi dado comtemplar a gigantesca cordilheira do Hymalaia, o espectaculo mais majestoso e empolgante que a natureza nos pode apresentar desci ao Ganges, visitando a India santa nas margens do{4} rio sagrado, BenÞres, a cidade dos fakires, Allahabad, a cidade das peregrinaäñes, passei depois Þ India dos Sultñes, que teve por capitaes Agra e Delhi, onde tantas riquezas existiram e onde tào interessantes obras de arte ainda hoje o attestam, e por fim Þ India das Mil e uma noites em Ahmedabad e Jeipur, onde se encontra o palacio do Vento, a porta das Esmeraldas, a entrada do Paraiso, a porta das Saphiras, tudo como nos contos de fadas, onde os macacos passeiam Þ solta nas ruas e entram nas casas e em que doirados pavñes abundam em liberdade como n’uma aldeia, as gallinhas
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