A administração da Coroa portuguesa, ao se decidir pelo sistema de capitanias hereditárias, se fez presente na colônia da América, desde o primeiro momento, com a transposição para o Brasil das instituições que se tinham demonstrado eficazes na governação do reino, caso das capitanias e dos municípios. Porém, mesmo considerando que os inícios do século XVI apontam para tempos de mudança, de modernização em Portugal, e de uma cultura política que está a se afirmar, era de esperar a começar dos próprios representantes desta mesma administração, a natural expectativa de que os povoadores estabelecidos na colônia reagissem às suas determinações dentro dos padrões culturais já bem sedimentados na sociedade portuguesa. Todavia, nem mesmo todo este aparato legal de sustentação traduzido em direitos e privilégios, como os constantes na primeira carta de doção da capitania de Pernambuco, foram suficientes para contribuir para o sucesso das capitanias e ordenação da vida social na colônia da portuguesa da América.
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