Livro: "Kamikaze: As Invasões Mongóis e as Origens do Vento Divino"

Por duas vezes os mongóis tentaram invadir o Japão, em 1274 e em 1281, ameaçando a existência da nação insular. Mas o desafio japonês aos tratados mongóis e sua vitória sobre os exércitos invasores, graças à providencial aparição de tempestades que dispersaram as tropas inimigas no momento de maior crise, levaram ao mito de invulnerabilidade nacional, ideia que persistiu até a época contemporânea. Lançado originalmente em 2007, trata-se de um trabalho relativamente curto, mas significativamente consistente em informações e acessibilidade. A obra tem, como objetivo, trazer à tona esses tão pouco conhecidos aspectos da história do Japão, referenciando-os às ações desesperadas das temidas unidades Kamikaze, na Segunda Guerra Mundial.Por quase uma década, o Japão esteve sob a ameaça da tomada de seu território pelos poderosos exércitos de Kublai Khan. Receosos da inutilidade de seus esforços na defesa das suas ilhas, caso a invasão se tornasse realidade, ainda assim a coragem demonstrada pelos guerreiros japoneses foi impressionante. De qualquer forma, a tremenda desigualdade das forças parecia ter selado o destino do país do sol nascente. Foi quando uma tempestade milagrosa virou o jogo, devastando os navios dos invasores e, com eles, levando à morte milhares de soldados. Isso salvou o Japão. Um vento enviado pelos deuses, um golpe de sorte que garantiu a sua sobrevivência. Vento divino. Da violência dos combates que chegaram a acontecer entre japoneses e mongóis, e da tempestade milagrosa que surgiu no último instante, criou-se o mito da invencibilidade japonesa. Suas ilhas não poderiam ser invadidas exceto, talvez, por um custo alto demais. Disso derivou uma série de decisões históricas que culminaram no aparecimento das unidades Kamikaze e, em última análise, no lançamento das duas bombas atômicas norte-americanas sobre as cidades de Hiroxima e Nagasaki, em agosto de 1945. Reflexos diretos de um temor criado há quase sete séculos, que culminaram em uma visão apocalíptica para os japoneses.
Sobre o autor: F. G. Dillenburg é Historiador, especialista em História Militar e Social associada, palestrante e educador nas áreas de Humanas e de Tecnologia da Informação, com mais de trinta anos de experiência em docência e comunicação ao público. Fundador e Diretor do Núcleo de Estudos Vae Victis. Acadêmico (Cadeira nº 14 Gen Francisco de Paula Cidade) da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB). Delegado AHIMTB/RS (Academia de História Militar Terrestre do Brasil, Seção RS – DRHFPC). Desenvolvedor com certificado Microsoft em redes, Windows Core e suporte. Autor de dezenas de artigos e consultor em projetos educacionais e tecnológicos.