Livro: "Livro de Ouro: Clube de Letras de Sete Lagoas"

Quando romper a aurora do dia 19 de dezembro de 2014, a Terra terá dado 50 voltas ao redor do Sol, e 50 anos terão se passado desde o mesmo dia do ano de 1964, quando um pequeno grupo de jovens amantes das Letras se reuniu, em sessão oficial e solene, para lançar as bases de um clube literário, com o simples objetivo de agrupar pessoas dedicadas às Artes Literárias. Hoje, olhando para esses 50 anos de história, perguntamo-nos: tinham eles a mais pálida ideia do que haveriam de provocar na história cultural de nossa cidade, de quão longe essa ideia poderia ir e com que persistência? Certamente, queriam, como hoje continuamos querendo, enriquecer culturalmente o povo sete-lagoano e mostrar, a nós mesmos e aos outros, que temos valores literários dignos de publicação. Não há dúvida de que esse objetivo não apenas foi, mas tem sido plenamente alcançado: até o momento, mais de 1.100 reuniões literárias foram realizadas, mais de 100 livros foram publicados por seus membros e outra quantidade expressiva contou, de algum modo, com seu apoio e incentivo, e muitas foram as suas realizações na esfera da cultura em geral, como se poderá constatar adiante. O Clube de Letras não nasceu com Sete Lagoas, mas talvez não seja absurdo dizer que Sete Lagoas vivenciou um renascimento com o Clube de Letras, o que se patenteia nestas páginas de sua história. Percorrê-la, neste livro, é visitar, como um turista, os pontos culturais da Cidade: as Faculdades (hoje, UNIFEMM), a Casa da Cultura, o Museu Histórico Municipal, o Museu do Ferroviário, o “Casarão”, o Teatro Redenção, … Todos, pontos pelos quais o Clube de Letras de Sete Lagoas lutou, em verdadeiros duelos de argumentação e, claro, de ação, para criar, recriar, renovar, recuperar ou resgatar. E é com indisfarçado orgulho que, coroando estes 50 anos de profícua existência, nós, os herdeiros de Márcio Vicente e seus nove “mosqueteiros”, que tinham no papel sua capa e na pena sua espada, entregamos, à memória da Cidade, nossa própria memória, no intuito de que ambas, tão bela e culturalmente irmanadas, perdurem para as futuras, e igualmente orgulhosas, gerações de sete-lagoanos.
Sete Lagoas, 30 de outubro de 2014
Rosana Macedo PontesPresidente do CLSL