Livro: "Memórias do IBAD: fatos e experiências em minha trajetória no instituto bíblico das Assembleia de Deus"

Apresentar a obra da Professora Luzelucia Ribeiro, dentre as muitas que ela já produziu, é mais do que um privilégio – é uma grande honra para mim! Especialmente pelo fato de eu ter testemunhado – ao vivo e em cores – grande parte dos acontecimentos por ela vividos e tão primorosamente relatados nas páginas deste livro. Com mãos de uma artífice das letras a autora reúne cada fragmento de história ternamente guardado em seu coração para compartilhar conosco as experiências mais marcantes transcorridas em um ambiente, nada monótono, rodeado de bananeiras, abacateiros, amoreiras, jabuticabeiras, tendo uma de suas extremidades guarnecida por imponentes bambuzais. Linguagem escorreita, mas sem perder a singeleza. Ideias intensas, mas sem resvalar para o sensacionalismo. Memória vívida, mas sem exagerar nas minúcias. Emoções aguçadas, mas sem cair no sentimentalismo. Assim é a voz da autora – terna, meiga, introspectiva, mas profundamente reveladora! O livro é uma espécie de revisita ao passado cujo fio condutor, das histórias nele narradas, perpassa pela vida de inúmeros personagens – todos de carne e osso – criando um lindo emaranhado multicolorido com um toque especial de nostalgia restaurada por vívidas lembranças que teimam em não desaparecer. Viajar pelas ruas, praças e avenidas da cidade com ares interioranos, situada no lado paulista do Vale do Paraíba, é um convite – aos que lá estiveram – para darem um mergulho dentro de suas próprias almas marcando um reencontro consigo mesmas em algum lugar do passado e – aos que não 11 participaram diretamente dos acontecimentos – uma rica oportunidade de se juntarem aos demais para uma visita guiada a um dos ambientes mais promissores da história da formação teológica no nosso país. Pindamonhangaba é um nome indígena que significa “lugar onde se faz anzol”. Alguns dizem que é por causa do leito sinuoso do rio Paraíba que forma uma espécie de anzol, mas, para nós, tem tudo a ver com o chamado para a vocação ministerial quando o próprio Cristo convida: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. O IBAD foi a nossa fábrica de anzóis. Cada “pescador” que por lá passou, aprendeu a divina arte da conquista de preciosas vidas, especialmente daquelas que vivem sufocadas por causa da baixa oxigenação que impera no mundo inundado por águas poluídas pela malignidade, em decorrência do desamor. Aprendeu que, para atraí-las, não basta utilizar sermões pasteurizados – como se a pregação se resumisse em pacotinhos prontos e acabados a serem distribuídos aleatoriamente pelas esquinas da vida. Aprendeu a pescar do jeito certo, mediante a transformação de suas próprias vidas em verdadeiros rios de água viva que fluem de dentro para fora como cachoeiras de bênçãos trazendo esperança e restaurando a alegria de viver. Ler Luzelucia é ler centenas de vidas ao mesmo tempo. Vidas que se entrelaçam na tessitura dos novos horizontes cuidadosamente projetados pelo Criador para cada uma delas em particular. Mas, também, para o conjunto dos personagens que fizeram do IBAD a parte mais representativa de suas próprias histórias. Obrigado “Luze” por nos levar de volta aos velhos e inesquecíveis dias, embalados pelos braços do tempo, fazendo reacender em nós benditas lembranças que viverão para sempre guardadas em algum canto bem aconchegante do nosso ser, principalmente agora que foram eternizadas nas letras deste magnífico memorial. Brasília, setembro de 2020.Peniel Pacheco Ex-aluno do IBAD na década de 70, é pastor, professor, mestre em Ciências da Educação e membro da Academia Evangélica de Letras do DF (AELDF).