Livro: "Minha Gatinha Lucy (Amor entre Garotas)"

Cristina era uma dermatologista com uma rotina totalmente normal, que se resumia a sair de casa e ir para o trabalho… após o divórcio, acabou ficando com um apartamento em Moema, de onde ia de metrô todo dia para a clínica na Avenida Paulista…O que ela não imaginava, era que ao voltar para casa em um dia chuvoso, o destino a faria trombar com uma garota… uma garota bem vestida, educada e com MUITA fome… mas sem carteira ou documentos… Em “Minha Gatinha Lucy”, Cristina vai narrar como nasceu e se desenvolveu a grande afeição que ela passou a sentir por esta menina, que desde o começo, só pediu para ser chamada de “Gatinha”… Trechos———–…– Tudo bem, moça? – perguntei incrédula.– Agora sim… eu estava com muita fome. E foi no instante seguinte que o apelido, aquele apelido que me perseguiria por tanto tempo, nasceu. Ela limpou a boca com a parte de cima da mão direita e ao notar um pouco de molho um pouco antes do dedão, começou a lambê-lo delicadamente. Eu soltei uma risadinha bem espontânea, o que fez ela olhar para mim desconfiada. – Desculpa, é que lambendo a mão desse jeito, você pareceu uma gatinha que eu tinha e que fazia isso após comer… achei tão bonitinho… – disse, sem nem imaginar tudo que esta frase desencadearia no futuro. …– Doutora, me chama só de gatinha? Achei tão lindo. Só consegui concordar com a cabeça, pois estava corada demais para falar qualquer coisa. Preferi não pensar mais no assunto e rapidamente fui até a cozinha preparar nosso jantar, esquentando mais algumas porções de comida congelada e isso rendeu-me três novas preocupações.A primeira foi imaginar que teria que comprar coisa melhor para manter minha gatinha feliz e satisfeita… a segunda foi me perguntar por que estava preocupada em mantê-la feliz e satisfeita… e a terceira foi quando notei que havia acrescentando o pronome “minha” junto a “gatinha”… creio que minha cabeça decididamente não estava bem e a culpada, era uma moça cujo nome eu desconhecia e que no momento estava tomando banho em minha casa….Eu lembro que hesitei muito antes de confessar a verdade:– Eu… não sei nada sobre ela… nem mesmo o seu nome – apenas para ouvir um grito de volta: – O QUE????Acho que meu lado racional precisava desabafar, pois na sequência contei tudo, tudo mesmo, de como a derrubei, como a levei pra casa, como a estava alimentando e protegendo, como dormia abraçada a noite, como nunca tínhamos trocado nem um beijo… e como não sabia absolutamente nada a respeito dela, nem mesmo o nome… deveria ter imaginado que iria ouvir exatamente o que ouvi ao terminar a narração:– Cris, você está louca! Sério, qual é o seu problema?…