Livro: "Nasci de uma mulher que não nasceu para ser mãe…: Dissecando o transtorno da personalidade narcisista, relações abusivas e famílias disfuncionais"

Leitura obrigatória para todos os profissionais da área da saúde mental, operadores do Direito ligados à questões de família e conselheiros tutelares.
Ao concluir a leitura, considere fortemente retornar a esta plataforma e fazer o registro da sua avaliação a respeito do livro, um gesto que é muito importante no processo de sua divulgação para que assim, ele possa chegar ao conhecimento de muitas outras pessoas que precisam saber da sua existência.
Segue a apresentação:
Por trás das fachadas de lares disfuncionais existe um tipo humano pouquíssimo estudado e alado, principalmente no nosso meio cultural latino-americano: a mãe narcisista. Já na Europa e Estados Unidos o Transtorno da Personalidade Narcisista (TPN) é fartamente citado pela literatura psiquiátrica, e de conhecimento corrente entre a comunidade de terapeutas e também do público leigo. Apesar desse tipo de transtorno ser mais associado a homens traidores compulsivos que buscam insaciavelmente manipular relacionamentos amorosos abusivos, há muitas outras nuances e tipos humanos acometidos desse transtorno. Ele é também detectado em relações pessoais e no ambiente de trabalho, onde encontramos indivíduos egocêntricos, com uma “autoconfiança” megalomaníaca (mania de grandeza), ambição demasiada e orgulho desmedido. O padrão que se repete desde que o mundo é mundo é que pessoas do tipo prestativas, desprendidas, emocionalmente vulneráveis e facilmente impressionáveis possuem o que há de mais valoroso para um narcisista (o portador do transtorno) que é o suprimento narcísico que podemos traduzir como submissão e subserviência alheia, dedicação cega, aprovação social, aplausos, status etc.
Por outro lado, há todo um tabu com relação a um certo segmento de pessoas portadoras desse transtorno e que é um campo praticamente desconhecido ou deliberadamente suprimido, até mesmo entre os profissionais da área da saúde mental: as mães narcisistas. Como bem descreve o título deste livro, falamos aqui de mulheres que nunca deveriam ter sido mães e que comumente cometem diversos crimes comuns e hediondos perfeitamente previstos no código penal contra os seus filhos. No linguajar desse campo de estudo, os filhos que em algum momento da vida conseguem se desprender de suas garras (saída do cativeiro) são chamados de sobreviventes, mas não deixam de carregar consigo sequelas tão penosas, que podem ser bem comparadas às dequem passou por lavagem cerebral em seitas religiosas secretas ou enfrentou ambiente de guerra. E, infelizmente, esses sobreviventes tendem a continuar atraindo relacionamentos abusivos e disfuncionais vida afora. Na era da internet, vem crescendo o número de grupos de apoio que ajudam esses sobreviventes a descobrir que não são únicos neste mundo e que não são eles os loucos de suas histórias, mas sim, que foram enlouquecidos. O que existe de mais comum é o relato de mulheres sobreviventes, contudo há também uma boa parcela de sobreviventes que são homens.
Ao contar minha história de vida neste livro, ouso remover o véu que encobre todo este tabu relatando os diversos mecanismos de abuso e manipulação, os desatinos mais frequentes dessas mulheres atormentadas e seus delírios, e as sequelas que atormentam os sobreviventes ao longo de suas vidas. Todos esses relatos acabam por se tornar um verdadeiro guia de sobrevivência para a facilitação de diagnóstico, fortalecimento e enfrentamento para todas as formas de relações tóxicas que vão muito além das fronteiras familiares. Na verdade este é um manual de sobrevivência para qualquer tipo de relação e convivência abusiva.