Livro: "Nascido Para Vencer: Uma vida de superações"

Já ouvi de muita gente que já seria muito admirável apenas o fato de eu não desistir, de seguir em frente vivendo numa boa, com rotina, procurando ser o mais normal possível, mesmo depois de enfrentar o câncer cinco vezes e de perder uma perna, parte do pulmão, muitos dias da minha vida em tratamentos… Com todo respeito, eu discordo.Justamente por ter tido tantas, por ter vivido tantas provações, justamente por isso tudo, tenho dever de ir além, de fazer o que pessoas normais não fazem, de ser melhor que a média, melhor do que eu mesmo seria.A história da minha vida parece uma ficção. Nem eu mesmo acredito que passei por tanta coisa. Quando conto, não é raro uma ou outra pessoa erguer a sobrancelha e fazer aquela cara de “Ah, tá! Conta outra…”. Não é por acaso.Quero e preciso provar para mim mesmo e para Deus que mereço tantas chances, que sou digno de tanta força.Nasci para vencer na vida. Para vencer a morte. E para ajudar toda e qualquer pessoa que também queira vencer.
“POR QUE ESTOU AQUI
Parece mentira.Cinco tumores, dezenas de nódulos, centenas de remédios, milhares de doses.
Uma perna a menos. Um pulmão a menos. Muitos sonhos frustrados, muitos planos desfeitos, muitas alegrias adiadas.
Aquele momento de tensão extrema, em que o mundo parece parar de girar, em que o chão parece se abrir sob os pés, em que o ar parece acabar. Sabe? Talvez você sinta isso uma vez na vida. Mas o mais provável é que morra sem jamais ter sentido isso – como a maioria das pessoas.Sabe? Pois é, já perdi a conta das vezes tive essa experiência extrema.
Não, não estou ostentando nem me orgulhando nem me achando melhor do que você por causa disso. De modo algum. Mas acho que tenho algo para contar para você e para quem mais quiser.
Por algum motivo, Deus fez meu mundo parar, o chão se abrir e o ar acabar para mim várias vezes. Na primeira, eu era um menino de 17, quase 18 anos. Ia pegar a carta de motorista, entrar na faculdade, ganhar competições esportivas, namorar… Viver, como qualquer jovem.
Mas veio o primeiro câncer. Mal pude me reequilibrar e já veio a amputação da perna. Depois, mais quatro batalhas contra o câncer. Mais quatro recomeços. E milhões de sentimentos que quero compartilhar com você.”