Livro: "Nossas Copas O Mundo do Futebol: Copa 1970"

Naquele começo da década de 70, o mundo era maravilhosamente tranqüilo. O mundo – não apenas o Brasil – tinha uma economia estável; poucos abalos políticos; petróleo a três dólares o barril. Naquele mundo, as pessoas não se comunicavam com a facilidade do mundo de hoje. Nada de internet, de celular, de fax. No Brasil, nem sequer TV em cores tínhamos. O País vivia uma época de pleno emprego, de grandes obras, de milagre econômico. Alguns poucos anos mais tarde, quando o petróleo passou a ser usado como arma de guerra, as coisas começaram a mudar. Nessa época, um presidente da República – infeliz e mau observador do cenário mundial – afirmou que nosso País era “uma ilha de tranquilidade num mar revolto”.Mas voltemos a 1970. O grande problema do nosso país era a falta de liberdade. Vivíamos sob a terrível ditadura militar, que impunha censura à Imprensa, que prendia, que torturava e matava. A Seleção Brasileira se preparou como nunca para conquistar esta Copa. Fez brilhante campanha nas Eliminatórias e o período preparatório, já em 1970, exceção feita à turbulência causada por João Saldanha, obedeceu a um rigoroso planejamento. Não só no futebol, mas também na preparação física, a Seleção Brasileira surpreendeu o mundo. Dizia-se, na época, que o Brasil era sempre derrotado pelo melhor desenvolvimento físico do estrangeiro – o europeu, em particular. O Brasil mostrou a equipe com o melhor preparo físico, segundo a Organização Mundial de Saúde, que pesquisou os jogadores na Copa. Tecnicamente, foi uma equipe perfeita, também, numa Copa até hoje considerada a de mais alto nível técnico.Todas estas emoções estão em cada página desta revista. Mais uma vez, eu e meu amigo, o jornalista-publicitário-pesquisador Silvio Natacci, caímos de cabeça nos nossos arquivos para contar toda esta história. A história de como a Taça Jules Rimet se tornou definitivamente do Brasil. Vá em frente, portanto!