Livro: "O CRIME DO PADRE AMARO: Versão Original"
SINOPSE:
Esta obra é mais um documento humano e social do país e da sua época escrito com a maestria de Eça de Queirós. É também a primeira realização artística do realismo português.O Crime do Padre Amaro foi um enorme sucesso e recebido com entusiasmo pela crítica da época. O Visconde de Ouguela em 1876 definiu a obra como um “romance de vanguarda”. No mesmo ano, o escritor Ramalho Ortigão a definiu como “um livro de pura arte, na mais alta acepção da palavra”. No entanto, Eça de Queirós também foi acusado de ter plagiado o romance La faute de l’abbé Mouret de Émile Zola. Entre os acusadores estavam Machado de Assis que afirmou: “O próprio O Crime do Padre Amaro é imitação do romance de Zola, La faute de l’abbé Mouret. Situação análoga, iguais tendências; diferença do meio; diferença do desenlace; idêntico estilo; algumas reminiscências, como no capítulo da missa, e outras; enfim, o mesmo título. Quem os leu a ambos, não contestou decerto a originalidade do Sr. Eça de Queirós, porque ele tinha, e tem, e a manifesta de modo afirmativo; creio até que essa mesma originalidade deu motivo ao maior defeito na concepção d’O Crime do Padre Amaro. O Sr. Eça de Queirós alterou naturalmente as circunstâncias que rodeavam o Padre Mouret, administrador espiritual de uma paróquia rústica, flanqueado de um padre austero e ríspido; o Padre Amaro vive numa cidade de província, no meio de mulheres, ao lado de outros que do sacerdócio só têm a batina e as propinas; vê-os concupiscentes e maritalmente estabelecidos, sem perderem um só átomo de influência e consideração.”.
O autor português negou a acusação, alegando que ambos os romances foram publicados no mesmo ano, em 1874. Ademais, os enredos seriam bem diferentes: ” La faute de l’abbé Mouret é, no seu episódio central, o quadro alegórico da iniciação do primeiro homem e da primeira mulher no amor” ; já o “Crime do Padre Amaro” tinha no enredo uma “simples intriga de clérigos e de beatas, tramada e murmurada à sombra duma velha Sé de província portuguesa”. Apesar da acusação, Eça de Queirós não guardou mágoas. Disse mais tarde : “eu, por mim, adoro a crítica: leio-a com unção, noto as suas observações, corrijo-me quando as suas indicações me parecem justas, desejo fazer minha a sua experiência das coisas humanas”. Obra genial! Irretocável! Leitura indispensável!
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