Livro: "O Jornaleiro: A Reinvenção da Notícia"

O que é a vida se não uma grande aventura? As incontáveis possibilidades a que somos apresentados durante nossas vidas, nos levam a escolhas, decisões, às vezes acertadas, às vezes não. Experiências de vitórias e derrotas. Ganhos e perdas. Nessa aventura somos figurantes e protagonistas, bons e maus, corajosos ou medrosos. Na verdade não importa. O que importa é que sejamos intensamente atuantes nessa aventura que é a vida. Esse é o sentimento que me envolveu ao adentrar na leitura de “O jornaleiro”, trazido à luz e para nossas imaginações pelo autor Rafael L. Ferreira. O texto se envereda pelos dramas existenciais e pelas crises dos altos e baixos da vida, tão comum em nossas existências. Essa imagem, possibilitada pelo texto, tão refletiva em nós mesmos, permite aproximação e arrasta para identificação imediata com seus personagens. Como os personagens, percebemos que a aventura de cada um de nós é construída minuto a minuto, como uma colcha de retalhos, onde todo pedaço é singular, com seu tamanho, cor e importância. O amadurecimento ante as dificuldades, o desafio de adequar os sonhos diante de tantas mudanças e continuar firmes com os olhos focados no objetivo maior: o bem estar da família. Isso nos faz perceber que Miro de Adiá e sua amada Gina não são diferentes de cada um nós. Como eles, lutamos, a todo o momento, uma luta aparentemente solitária e que ao final de cada ciclo do sol, quando o véu da noite abate se sobre eles, é no secreto aconchego do quarto que o casal encontra tempo para por os fatos e as ideias no lugar. Compartilhar os medos, as aflições, o espanto pelo novo, a preocupação com os filhos, fé, companheirismo, valentia e coragem. Alinhar as estratégias para seguir avante em suas lutas tão nossas. O Jornaleiro” não esboça proposta de novas filosofias de vida e mudanças de comportamento, porém, a energia dos eventos descortinada na narrativa e o amadurecimento dos personagens ao longo da história nos levam à uma reflexão e à um entendimento: vale a pena desfrutar da aventura, vale a pena desfrutar da vida.
Foram esses os sentimentos que me envolveram na leitura da obra, em seu momento ainda de forno. Uma jornada deve ser desfrutada em cada detalhe, em cada nuance de suas incontáveis cores. Obrigado Rafael por nos presentear com esse universo.
Carlos Leite AlvesFormado em Letras pela Unifieo