Livro: "O LIVRO DOS SONETOS"

É esse ajuste do sensorial e do adequado, subjetivo e do eterno, instintivo e comumente transcendente (juntamente com um feroz Anti-intelectualismo) que marca à poesia de Ponty da de seus contemporâneos. Ele depara o glorioso no comum, transformando-o, de forma bucólica e vigorosa, com seu gênio lírico. Sua preocupação com símbolos pessoais cíclicos já está em destaque em Vinte Dois Sonetos: estrelas, rios e raízes e o trem. Ponty vai sufocar para sempre sua paisagem poética.
Quero-te entanto louvor, distante,Se humana canção, e, com mais verdura,Quero-te qual antiga, e não tão diamante,Quase eternal conversa desta idade.
Quero-te enfim num presente não distante,E quero-te refém ausente da idade,Quero-te de mim, Karine, na verdade,Cantar-me nesta cidade e não distante.
Quero-te à rosa alva eternamente,Dum ardor sem às flâmulas que iludem,Com um reflexo passivo e não distante.
E de querer-te em mim me finto na atitude,Se numa tarde em teu vulto tão distante,Sendo padecer queimar mais ilude.
Seja ao sussurrar ou gritar exultante, os poemas em Vinte Dois Sonetos nos esforçam a olhar atentamente para o próprio orbe para seus pequenos milagres e a constância do amor. Dizem de coração, como se fosse esta sua primeira vez.