Livro: "O Mestre de Banquetes na Arte Real: Sociabilidade, Comensalidade e Gastronomia"

O Mestre de Banquetes, a quem Joaquim Gervásio de Figueiredo denomina Diretor de Banquetes, é o Oficial encarregado de organizar reuniões de mesa, levadas a efeito pelas Oficinas. No ato da investidura dos Oficiais, o Venerável Mestre o reveste com a joia, uma cornucópia, e empossa-o no cargo afirmando que sua função é planejar, coordenar e organizar todas as ações relacionadas com a realização de coquetéis e banquetes a serem oferecidos pela Loja.A obra que o leitor tem em mãos é inteiramente dedicada a esse profissional da Arte Real, que destina seu tempo a concretizar o entrelaçamento entre Irmãos, confirmando a doutrina, insculpida nas Constituições de Anderson, de que a Maçonaria é o Centro de União e o meio de firmar uma amizade sincera entre pessoas que teriam ficado perpetuamente distanciadas.Sinto-me honrado com o convite do Sapientíssimo Irmão Hélio Pereira Leite, Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente do Distrito Federal, para apresentar tão magnífica dissertação. Não se trata apenas de um manual de organização de Loja de Mesa. Muito mais que isso, é um estudo profundo, o qual teve início com a publicação do Banquete Maçônico: origens, preparação & ritualística em 2012, seguido do Banquete Maçônico II: simbolismo, rituais & gastronomia, que veio a lume em 2014.Essa trilogia, finalizada com este O Mestre de Banquetes na Arte Real, transforma-se em conteúdo indispensável a todos que se interessam pela prática da comensalidade. A sua profundidade permite que os aficionados em compartilhar o momento especial das refeições com o próximo possam fazer uma viagem mental sentindo os sabores, os odores e o prazer na convivência fraterna. Além disso, o deslocamento no tempo e no espaço permite visualizar as mais longínquas eras e terras em que o homem se permitiu fazer novos progressos por intermédio da intimidade das confrarias da boa mesa.Na primeira parte, o autor destaca pontos essenciais da comensalidade, sociabilidade e hospitalidade, assinalando ser de fundamental importância o conhecimento e o exercício de fundamentos basilares da etiqueta e boas maneiras à mesa. É um chamamento para ingressar na segunda parte, dedicada às competências de um Mestre de Banquetes.Esse capítulo é a essência da obra. Discorre sobre aspectos históricos do cargo, vestimentas, paramentos e os vários tipos de refeições festivas. Lembra as reuniões da franco-maçonaria nas antigas tabernas; a citação do Manuscrito Regius, datado do século XIV, prevendo como os maçons devem se comportar à mesa; a grande festa comemorativa após a escolha do primeiro Grão-Mestre da Grande Loja da Inglaterra em 24 de junho de 1717; bem como a realização de um Banquete Maçônico logo após a criação do Grande Oriente do Brasil em 1822. Em seguida, a terceira parte trata das competências do Mestre de Banquetes em uma Loja Maçônica. Na quarta parte, ensina o que um Diretor de Banquetes deve saber.Explorando à exaustão temas como a cozinha; brigada da cozinha; métodos de cocção; bases de uma cozinha; ambiente físico; equipamentos básicos; e a eficiência no trabalho culinário.As últimas instruções são voltadas para a necessária elaboração de uma ficha técnica, bem como diversos cardápios e serviços de refeições que tornam salutares um exemplar Banquete Ritualístico.A experiência acadêmica e literária do Irmão Hélio Leite, incansável pesquisador de temas maçônicos diversos, torna a leitura do Mestre de Banquetes na Arte Real uma delícia. Após nos brindar com tanta sabedoria no prato principal, serve como sobremesa saborosos textos como anexos tratando de Cardápios e Glossário, além de adendos sobre a alimentação brasileira, dos seus primórdios aos dias atuais; a cozinha mediterrânea; arte culinária; culinária e gastronomia; história do banquete, curiosidadessobre o banquete; e o vinho.