Livro: "O que é uma ação? Pedro Auriol vs. Tomás de Aquino na Metafísica da Causalidade"

Este artigo recupera um debate historicamente importante sobre o status ontológico da ação de um agente. Quando uma substância física age sobre outra qual é o estado ontológico da atividade causal pela qual a primeira move a segunda? De acordo com a posição aristotélica sobre a ação defendida ao longo do século XVII, os agentes causam seus efeitos imediatamente. Não há nenhuma entidade causal interventiva pela qual um agente causa uma mudança em seu paciente. A ação do agente é o próprio movimento ou mudança que o agente causa. Este artigo examina o intrigante desenvolvimento de Tomás de Aquino da posição aristotélica e a crítica incisiva de Pedro Auriol. Auriol afirma que a ação de um agente físico deve ser realmente distinta, causalmente antes, e separável do movimento que o agente causa. Auriol afirma que as ações são entidades causais dinâmicas e fugazes que existem desde que um agente esteja iniciando um movimento. A recuperação da posição de Auriol desafia uma narrativa histórica padrão que sustenta que, através do início do período moderno, os filósofos pensavam que as causas devem ser objetos estáveis persistentes. As opiniões de Auriol mostram que entidades causais transitórias, como forças e eventos, popularizadas em meados do século XVIII, têm um legado no pensamento medieval. Além disso, a posição de Auriol de que a ação é uma entidade realmente distinta e separável do movimento antecipa uma importante mudança no pensamento histórico sobre a natureza do movimento e sua capacidade de persistir sem uma causa ativa.