Livro: "Os Cananeus e Filisteus: A História e o Legado dos Antigos Inimigos Israelitas na Terra que Se Tornou Israel"

Indivíduos que decidem começar a aprender sobre o Antigo Testamento da Bíblia se deparam imediatamente com a difícil proposta de identificar os vários povos que os hebreus encontraram e às vezes entraram em conflito quando entraram no território que acabou se tornando Israel. Os moabitas e os edomitas eram apenas dois dos muitos grupos cananeus com os quais os hebreus lidavam, muitas vezes com violência, mas havia dezenas de outros grupos cananeus, que em sua maioria eram identificados pelos nomes de suas respectivas cidades.
Na verdade, antes de os hebreus estabelecerem um reino e antes de os fenícios colonizarem grande parte do Mediterrâneo, os cananeus foram o grupo mais importante no Levante durante grande parte da Idade do Bronze e no início da Idade do Ferro. Embora os cananeus nunca tenham criado um estado-nação ou reino unificado, sua importância no antigo Oriente Próximo não pode ser subestimada. Foi pelo menos parcialmente devido ao fato de que os cananeus foram incapazes de resistir a seus vizinhos maiores e mais poderosos que a pessoa média hoje sabe tão pouco sobre sua história, mas estudos modernos revelaram que eles desenvolveram uma religião única que influenciou os povos não cananeus e continuou a ser praticado de alguma forma séculos depois que os cananeus deixaram de ser um povo identificável. Além disso, durante o auge da Idade do Bronze, os cananeus forneceram recursos importantes para os impérios egípcio e hitita e desempenharam um papel fundamental no jogo geopolítico de xadrez entre esses dois reinos.Também nem é preciso dizer que os cananeus também foram um fator no estabelecimento do Reino de Israel, pois as batalhas que perderam para os hebreus mais tarde se tornaram a base do reino judaico.
Hoje, o termo “filisteu” é frequentemente usado como um eufemismo para uma pessoa que é particularmente rude, inculta, ignorante e possivelmente violenta. A maioria das pessoas provavelmente não conhece a etimologia da palavra quando a usa, e aqueles que conhecem provavelmente apenas conhecem os filisteus como vilões do Antigo Testamento, que eram os eternos inimigos dos hebreus antes e imediatamente após estes formarem o reino de Israel. Outros podem conhecer os filisteus pela história bíblica de Davi e Golias, já que o “gigante” não era apenas muito maior que Davi, mas também um líder filisteu que comandava uma grande n[umero de homens.
Embora o Antigo Testamento forneça uma fonte confiável para alguns aspectos da cultura dos filisteus, ele naturalmente pinta um quadro deles como um grupo de guerreiros sedentos de sangue cujo único propósito era oprimir os hebreus / israelitas. Quando corroborado com fontes egípcias e mesopotâmicas antigas, junto com estudos arqueológicos modernos, um exame revela que a reputação que os filisteus ganharam com o Antigo Testamento era parcialmente garantida, mas que também havia muito mais na cultura filisteu. Na verdade, as evidências indicam que, embora os filisteus fossem uma sociedade guerreira que lutou com os israelitas por vários anos, eles também desenvolveram aspectos avançados de sua cultura, incluindo governo sofisticado, uma religião única e arte (especialmente cerâmica). Os filisteus podem não ter desenvolvido um extenso império como os egípcios, babilônios e assírios fizeram, mas suas contribuições para a história do Antigo Oriente Próximo também não foram mínimas. A presença e influência dos filisteus na história do antigo Oriente Próximo foi breve, e seu afastamento do registro histórico foi especialmente rápido, mas enquanto eles estavam por perto, eles eram uma força a ser considerada na região.