Livro: "Os Cinco Anéis do Miyamoto Musashi"

Os Cinco Anéis do Miyamoto Musashi.
Se o grande estratega militar da China antiga, Sun Tzu, estabeleceu os princípios da arte da guerra ao confrontar contingentes de homens num campo de batalha, Miyamoto Musashi, um invencível guerreiro samurai do século XVI, fez o mesmo com o confronto individual entre duas pessoas numa luta até à morte, e onde apenas um dos dois sairá vivo.
Nunca assistimos a tal duelo, mas Miyamoto viu-os e participou neles, e não apenas alguns, mas mais de cinquenta, confessa que eram sessenta, e em todos eles, claro, foi vitorioso, porque de outra forma não teria escrito o livro de cinco anéis. Também participou em grandes batalhas num período turbulento da história do Japão, e nem sempre do lado vencedor, mas no final sobreviveu, não para contar estas histórias, mas para refletir sobre o significado e a forma de enfrentar e levar a vida até ao fim fatídico que a morte traz.
Dizem que, no último dos duelos travados, ele enfrentou o espadachim mais temido da época: Sasaki Kojiro, depois de o ter vencido a usar um remo talhado como uma espada, para ganhar mais alcance, retirou-se definitivamente do sítio do combate, refugiou-se em grutas e florestas, que não lhe eram estranhas, para meditar sobre o ser humano e como enfrentar a vida e a morte, imbuído de ideias confucionistas e budistas, que obviamente estão longe da guerra e de tudo o que envolve violência.
Iluminado por esta simbiose de doutrinas intensamente pacifistas: o confucionismo chinês e o budismo zen, continuou a refletir durante cerca de 20 anos, até que um ano e meio antes de morrer escreveu o livro dos cinco anéis, tal como chegou até nós, e que constitui uma joia da literatura japonesa na qual detalha a estratégia que nos deve servir para enfrentar, não só um combate, mas as outras esferas da vida, daí a sua importância.