Livro: "OS GADGETS: Clube do Sexo"

A peça fala sobre as gadgets – “sujeitos-mercadorias”, aqueles que incorporam de forma um tanto psicótica uma atitude de objetos de consumo breve e que, por isso, investem suas energias em provar-se “consumíveis” ou “desejáveis” aos olhos de eventuais parceiros ou do mercado, o grande senhor contemporâneo. Pela perspectiva lacaniana estes sujeitos-mercadoria não são de fato sujeitos, já que consomem “objetos” e ofertam-se ao consumo por “objetos”, não ao estabelecimento de laços sociais.OS GADGETS é uma peça teatral do gênero comédia de situações, onde cada um pode ser outro e todos se escondem atrás de uma tela de computador. Nossa proposta é penetrar no universo moderníssimo da realidade virtual e dos jogos adultos on line, com suas brincadeiras e fantasias que despertam a libido e provocam a imaginação. Com o mundo avançando em termos de tecnologia e inovação, notamos que a interação e conectividade possibilitada pela incursão digital, ao mesmo tempo que aproxima, também afasta as pessoas umas das outras. O tempo livre que essas pessoas dispõem é muito dedicado às atividades indoor e ocupado de modo mais egoísta e de forma isolada, de forma individual, no plano “real”, mas conectada a milhões de pessoas, no plano virtual. Esse lado egoísta existe porque a pessoa se percebe como pessoa, mas não vê o outro como tal, como nos diz Lacan sobre os gadgets. Há uma sensação de anonimato, de impunidade, de território livre, sem leis… que fazem com que as pessoas se sintam com segurança e no direito de se manifestarem publicamente sem medir suas consequências.Na trama da peça, um investigador da polícia federal entra disfarçado na Grande Rede para desbaratar uma quadrilha internacional de crimes cibernéticos e escravas sexuais. Com a ajuda de um professor de literatura e uma webstripper, frequentadores do chat, eles penetram no universo real e obscuro das atividades ilícitas do mundo virtual.